Com a queda de 1,88% no PIB da agropecuária no primeiro semestre, o Brasil deve fechar o ano com redução de R$ 5,7 bilhões no setor, caindo de R$ 153,04 bilhões para R$ 146,37 bilhões. A pecuária foi o segmento que mais sofreu retração, com 2,41% de janeiro a junho.
Com a queda de 1,88% no PIB da agropecuária no primeiro semestre, o Brasil deve fechar o ano com redução de R$ 5,7 bilhões no setor, caindo de R$ 153,04 bilhões para R$ 146,37 bilhões. A pecuária foi o segmento que mais sofreu retração, com 2,41% de janeiro a junho, informou a assessoria de imprensa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com base em dados da CNA e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).
A redução dos preços médios pecuários chegou a 4,16%, enquanto a produção física aumentou 1,83%. O superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta, espera uma recuperação. “Há previsão de reação dos preços das carnes no segundo semestre, o que poderá minimizar a queda acentuada do PIB da pecuária até o final do ano”, avaliou..
Os preços pagos ao produtor pelo boi gordo reagiram recentemente por força da redução da oferta do produto no mercado, após um aumento no abate de matrizes ao longo do período de crise. De ciclos mais curtos, as carnes suína e de frango readequaram a oferta à demanda do mercado mais rapidamente, o que reajusta os preços ao produtor. O mesmo, no entanto, não ocorrerá com a agricultura.
“O reajuste de preços na agricultura somente começará a ser captado na próxima safra”, diz Ricardo Cotta. O PIB da agricultura teve redução de 1,46% no primeiro semestre do ano. Os preços médios reais caíram 3,29%, enquanto a produção física cresceu 1,89%. Segundo Cotta, em busca de preços melhores para próxima safra, o produtor poderá redirecionar sua intenção de plantio. “Ocorrerá uma menor utilização de tecnologia e área, além de algumas substituições de lavoura por pecuária e de soja por algodão, na região de cerrado”, afirmou o superintendente da CNA.
Para Ricardo Cotta, os reflexos da queda da receita só serão melhor percebidos no ano que vem. O primeiro impacto será a substituição de culturas ou a redução da área plantada e do uso de tecnologia. Os efeitos deste quadro serão mais graves nos estados onde o custo de logística é maior, como é o caso do Mato Grosso e algumas áreas de Goiás.
Dados da Conab mostram que a redução da área plantada na região Centro-Oeste foi de 8,2% ou 14,4 milhões de hectares, enquanto a região Sudeste registra redução de 4,4% ou 5,4 milhões de hectares a menos destinados às lavouras, nas duas últimas safras.