Na medida que a rastreabilidade evoluir, alguns pecuaristas acreditam que a indústria vai se ver obrigada a pagar mais pelo preço da arroba de um animal rastreado, conforme exigência de mercado que poucos, a curto prazo, terão condições de cumprir. Na Europa os importadores querem certificar-se de tudo que acontece na vida do animal, desde o nascimento até o abate, passando pelo processo industrial até chegar no prato do consumidor.
Para João Martins, do Frigorífico Amambaí, a adoção da rastreabilidade significa apenas um salto qualitativo na produção de carne e não representa um aumento no volume a ser exportado ou no preço pago pelos importadores. ”A rastreabilidade da produção da carne deverá dar maior credibilidade ao produto e garantir segurança alimentar, beneficiando também o mercado interno.” Para ele fatores como câmbio, cumprimento de licenças ou barreiras sanitárias é que são capazes de interferir em um aumento de volume, abertura de novos mercados e melhor remuneração da carne brasileira.
Certificador só vê vantagens
O programa de rastreabilidade, de acordo Henrique Victorelli, do Instituto Gênesis, aprovado como empresa certificadora da carne, tem todo um cronograma a ser seguido e deve ser implantado aos poucos para que toda a cadeia produtiva se organize. Todo o trabalho, segundo ele, deve ser encarado como mais uma ferramenta não só para aumentar exportação, mas para garantir qualidade no mercado interno, conquista de novos consumidores e também como forma de gerenciar melhor a pecuária.
Segundo ele, muitos de seus clientes já estão adotando identificação de animais, coleta de dados e rastreamento da produção como uma forma de auditoria independente de seus negócios e para corrigir erros no gerenciamento das propriedades.
Fonte: Folha de Londrina, adaptado por Equipe BeefPoint