De olho no mercado europeu, que representa 42% das exportações de carne bovina brasileira (US$ 755 milhões até setembro) e cada vez fica mais exigente, os pecuaristas brasileiros estão investindo na qualidade do produto e em boas práticas de manejo. Para isso, muitos estão se habilitando na certificação EurepGap, exigida por muitos varejistas europeus.
Os principais frigoríficos brasileiros estão subvencionando seus fornecedores para que obtenham o certificado, que dá garantia de uma carne produzida com boas práticas ambientais e sociais.
O primeiro a buscar a certificação foi o Frigorífico Marfrig, que já realizou um abate com animais credenciados. A empresa financiou a certificação de oito fornecedores nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A meta é, até o final do ano, credenciar outras 30 propriedades.
O Friboi Ltda. iniciou há dois meses o processo de certificação de seus fornecedores, pagando até 2% a mais sobre a carne que atende às normas do EurepGap. Foi feita uma parceria com a Associação Sul-matogrossense dos Produtores de Novilho Precoce, que já trabalha buscando a melhoria da qualidade do rebanho, para que um grupo de associados forneça a carne. “Há uma tendência mundial de se buscar certificações”, avalia o diretor de origem do Friboi, Artemio Listoni. A empresa exporta metade de sua produção e, deste total, 60% são voltados para a Europa.
Há cerca de um ano a associação iniciou a busca pelas boas práticas de produção que renderão o certificado EurepGap. Um dos incentivos para essa procura foi dado pelo governo estadual, que tem um programa de qualificação, com renúncia de 33% a 60% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de acordo com a idade do animal abatido que atende às normas referentes à sanidade animal e produção, entre outras. A associação tem hoje 130 produtores, que abatem cerca de cinco mil cabeças por mês. Um grupo de 20 fazendeiros aderiu à parceria com o Friboi.
Esta semana, o frigorífico Quatro Marcos Ltda, inicia a procura por certificadoras. Segundo o diretor de negócios da empresa, José Luiz Vianna, a certificação começará pelas propriedades do frigorífico, que tem seis fazendas em Mato Grosso, com um rebanho de 90 mil animais. Posteriormente, será estendida aos demais fornecedores do grupo.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint