Fechamento 12:07 – 21/03/02
21 de março de 2002
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25 de março de 2002

Pecuarista e investidor imobiliário

Têm surgido alguns questionamentos com relação à questão dos ATIVOS e PASSIVOS. Obviamente, isto faz parte do processo. Tenho procurado estimular os leitores a estes questionamentos a fim de promover um amplo debate sobre o assunto e assim poder esclarecer dúvidas que sempre são pertinentes.

Tenho desenvolvido a metodologia de gestão onde separo nossa atividade pecuária em duas áreas de atuação:

– Atividade Produtiva
– Atividade Imobiliária

A Atividade Produtiva é onde desenvolvemos nossas habilidades pecuárias. A cria, recria e engorda do rebanho.

A Atividade Imobiliária é onde, com trabalho e desenvolvimento regional, conseguimos atribuir valorização em nosso patrimônio.

A finalidade desta separação em duas atividades distintas pode ser facilmente entendida:

– A pecuária pode ser desenvolvida em nossa propriedade ou em qualquer outra, através de arrendamento.
– A imobiliária também pode ser desenvolvida através da utilização da propriedade pelo nosso rebanho ou através do arrendamento a terceiros.

Portanto são atividades independentes e, sendo assim, devem ser tratadas de forma distinta.

Se entendermos que devemos exercer a Atividade Pecuária em nossas terras, assumiremos os dois papéis: pecuarista e investidor imobiliário.

Como pecuarista pagaremos para utilizar os pastos e, como investidores imobiliários, receberemos pelo aluguel de nossos pastos.

Assim, com o aluguel dos pastos, poderemos nos organizar econômica e administrativamente para estruturar a fazenda.

É nesta hora que a concepção gerencial de ATIVOS e PASSIVOS começa a fazer mais sentido.

Atuando como investidores imobiliários, recebendo aluguel pelos nossos pastos, devemos construir uma coluna de ATIVOS em nossa propriedade.

Todo e qualquer investimento a ser efetuado deve ser minuciosamente estudado.

A tomada de decisão no investimento deve passar pelo crivo do investidor. O investimento somente deve ser executado se gerar renda.

Como exemplo posso citar:

– A reforma de um pasto deve ser estudada e planejada levando-se em consideração o seu custo e sua capacidade de gerar renda.

– Quantas cabeças a mais, o pasto reformado vai suportar e quanto será revertido em renda com o aumento.

O acréscimo na renda, gerado pela reforma do pasto, comparado com o custo deste investimento, norteará a decisão a ser tomada.

Muitos de nós pecuaristas, temos o costume de investir em nossas propriedades sem um estudo eficaz do retorno destes investimentos.

Sedes, currais desproporcionais ao tamanho do rebanho e da fazenda, maquinário super dimensionado, dentre outros, são bons exemplos de investimentos que se tornam grandes PASSIVOS para a atividade.

Nunca devemos nos esquecer que os gastos com manutenção são sempre proporcionais ao valor do investimento.

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