Têm surgido alguns questionamentos com relação à questão dos ATIVOS e PASSIVOS. Obviamente, isto faz parte do processo. Tenho procurado estimular os leitores a estes questionamentos a fim de promover um amplo debate sobre o assunto e assim poder esclarecer dúvidas que sempre são pertinentes.
Tenho desenvolvido a metodologia de gestão onde separo nossa atividade pecuária em duas áreas de atuação:
– Atividade Produtiva
– Atividade Imobiliária
A Atividade Produtiva é onde desenvolvemos nossas habilidades pecuárias. A cria, recria e engorda do rebanho.
A Atividade Imobiliária é onde, com trabalho e desenvolvimento regional, conseguimos atribuir valorização em nosso patrimônio.
A finalidade desta separação em duas atividades distintas pode ser facilmente entendida:
– A pecuária pode ser desenvolvida em nossa propriedade ou em qualquer outra, através de arrendamento.
– A imobiliária também pode ser desenvolvida através da utilização da propriedade pelo nosso rebanho ou através do arrendamento a terceiros.
Portanto são atividades independentes e, sendo assim, devem ser tratadas de forma distinta.
Se entendermos que devemos exercer a Atividade Pecuária em nossas terras, assumiremos os dois papéis: pecuarista e investidor imobiliário.
Como pecuarista pagaremos para utilizar os pastos e, como investidores imobiliários, receberemos pelo aluguel de nossos pastos.
Assim, com o aluguel dos pastos, poderemos nos organizar econômica e administrativamente para estruturar a fazenda.
É nesta hora que a concepção gerencial de ATIVOS e PASSIVOS começa a fazer mais sentido.
Atuando como investidores imobiliários, recebendo aluguel pelos nossos pastos, devemos construir uma coluna de ATIVOS em nossa propriedade.
Todo e qualquer investimento a ser efetuado deve ser minuciosamente estudado.
A tomada de decisão no investimento deve passar pelo crivo do investidor. O investimento somente deve ser executado se gerar renda.
Como exemplo posso citar:
– A reforma de um pasto deve ser estudada e planejada levando-se em consideração o seu custo e sua capacidade de gerar renda.
– Quantas cabeças a mais, o pasto reformado vai suportar e quanto será revertido em renda com o aumento.
O acréscimo na renda, gerado pela reforma do pasto, comparado com o custo deste investimento, norteará a decisão a ser tomada.
Muitos de nós pecuaristas, temos o costume de investir em nossas propriedades sem um estudo eficaz do retorno destes investimentos.
Sedes, currais desproporcionais ao tamanho do rebanho e da fazenda, maquinário super dimensionado, dentre outros, são bons exemplos de investimentos que se tornam grandes PASSIVOS para a atividade.
Nunca devemos nos esquecer que os gastos com manutenção são sempre proporcionais ao valor do investimento.