Por Luiz Eduardo Batalha1
Este ano, o Brasil vai exportar mais de US$ 1,1 bilhão em carne bovina, um recorde. Há bem pouco tempo, era impensável imaginar que o País se tornaria, tão rapidamente, um dos grandes do comércio mundial – hoje, é o terceiro maior, atrás apenas de Austrália e Estados Unidos.
Justiça seja feita! Nós, pecuaristas, somos os grandes responsáveis pelo aumento dos negócios externos com carne. O raciocínio é simples: estamos produzindo mais e melhor, dando condições para que frigoríficos e tradings possam, com a decisiva colaboração do governo brasileiro, vender volumes crescentes de carne vermelha, especialmente para a União Européia, Oriente Médio, América do Norte e Extremo Oriente.
E por que estamos produzindo mais? Porque estamos fazendo uma verdadeira revolução dentro das fazendas. A alimentação está melhorando, o manejo está mais profissional, a gestão da propriedade assume postura empresarial.
A genética merece um capítulo à parte. Poucas vezes se viu no agronegócio brasileiro um movimento tão intenso de aprimoramento da qualidade produtiva e reprodutiva. Resultado: é receita mais rápida na fazenda; é mais carne para o mercado. E carne de melhor qualidade.
Produzindo mais bois para o abate e a intervalos cada vez menores, nós pecuaristas estamos ajudando a impulsionar um importante indicador de produtividade da atividade: o desfrute. Há uma década, o desfrute médio estava em 18%; hoje, supera os 22%. Em números: em uma década o volume de animais para abate subiu de 30,5 milhões para quase 37 milhões de cabeças: aumento de mais de 20%.
São números impressionantes, certamente. Assim como é impressionante a disposição dos pecuaristas de persistir buscando mais eficiência. O Centro de Avaliação e Comercialização de Touros (CAT) é um exemplo claro nesse sentido. O CAT nasceu exatamente para colaborar com esse processo de contínuo fortalecimento da pecuária. Mas essa iniciativa não iria longe sem a efetiva participação dos criadores. E essa colaboração veio, e em níveis muito superiores aos imaginados há três anos, quando Chalet Agropecuária, Lagoa da Serra, Tortuga e Allflex definiram os pontos principais do CAT.
Este ano, comemoramos a participação de quase 750 touros jovens de 11 raças diferentes. São números fantásticos que já tornam o CAT o maior projeto de seleção de touros jovens de corte do País.
Com iniciativas como o CAT, a pecuária reafirma que o País pode contar com a atividade para, como prevê o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, fornecer carne em volume suficiente e em qualidade cada vez melhor para se tornar o maior exportador mundial em alguns anos e, quem sabe num futuro não tão distante, o maior produtor mundial de carne bovina. Condições para isso nós temos. Parabéns a você, pecuarista, porque sem a sua participação não teríamos chegado tão longe. Mantenha o otimismo, porque temos muito ainda a alcançar.
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1Luiz Eduardo Batalha é proprietário da Chalet Agropecuária e idealizador do CAT