Vários pecuaristas franceses se manifestaram perante o Ministério da Economia francês para exigir a redução das importações de carne, em meio a um debate sobre o impacto do setor nas mudanças climáticas.
Um relatório do Tribunal de Contas recomendou ao governo definir “uma estratégia de redução” do número de vacas, de forma a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, indignando o sector.
“Atualmente importamos 25% do nosso consumo de carne bovina. Talvez a primeira coisa que deva ser feita seja proibir” a importação, disse Patrick Bénézit, presidente da Federação Nacional de Bovinos (FNB).
O também segundo vice-presidente do FNSEA, principal sindicato agrícola da França, recomendou ao ministro da Economia, Bruno Le Maire, que explicasse aos franceses que “eles deveriam consumir 25% menos carne”.
Os pecuaristas, que se manifestaram por uma hora e meia, também viram como “provocação” um tweet de Le Maire em 17 de maio por ocasião de sua visita a uma empresa de alternativas à carne.
“Você sabia? 100 gramas de proteína vegetal geram entre 60% e 90% menos gases de efeito estufa do que 100 gramas de proteína animal”, escreveu o ministro.
A França tem um rebanho bovino de 17 milhões de cabeças, que gera 11,8% de suas emissões de gases de efeito estufa, já que os bovinos produzem metano em seu processo de digestão.
Os pecuaristas pediram um encontro com o governo, que acusaram de “incoerência”, exigiram “um plano de resgate” e criticaram os acordos comerciais da União Europeia (UE) com Canadá e México e as negociações com os países do Mercosul, que incluem a importação de carne.
Fonte: El Observador, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.