Pecuaristas gaúchos vão à Brasília pedir mudanças no Sisbov

Os pecuaristas gaúchos estão preocupados com os prazos adotados pelo governo federal para a adesão ao Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). Documento entregue pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pede a prorrogação da quarentena para o abate com destino à exportação até o final do ano, hoje de três meses.

Amanhã, diretores da Farsul reúnem-se em Brasília, com o ministro Roberto Rodrigues e representantes da CNA, na tentativa de flexibilizar estes prazos. O presidente da comissão de pecuária de corte da Farsul, Fernando Adauto, diz que até agora foram rastreadas pouco mais de 800 mil cabeças do rebanho gaúcho total. “Levando-se em conta que boa parte já foi abatida, temos em torno de 5% do rebanho rastreado”.

Com isso, o Estado fica em desvantagem em relação a outros mercados, como o Mato Grosso do Sul, que tem mais de sete milhões de animais identificados. “Além de dificultar o abate para exportação isto deve se refletir no valor da produção gaúcha”, comenta.

Ele explica que os três meses de quarentena somados ao atraso na confecção dos brincos, que estão levando em média um mês para ser entregues, acarretará em prejuízo econômico ao produtor. O rebanho ficará habilitado ao abate somente em novembro, o que inviabiliza a utilização das pastagens de aveia e azevém no intervalo da soja para engorda do gado.

Os gaúchos defendem ainda a validação dos sistemas de identificação já utilizados pelas associações de raça, com a criação de correspondência dentro Sisbov, para que não seja necessário identificar estes animais novamente.

Outra preocupação quanto aos prazos atuais de quarentena é que inviabilizem os remates de primavera. A grande dificuldade diz respeito aos leilões comuns, pois a maior oferta de gado nestas feiras é feita por pequenos e médios criadores, que não foram devidamente preparados para a rastreabilidade.

Fonte: Diário Popular/RS (Luciara Schneid), adaptado por Equipe BeefPoint

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