O mercado do boi gordo segue em ritmo lento, em parte pelo feriado de carnaval. O principal motivo para a lentidão dos negócios é a incerteza de como irão se desenrolar as negociações do Mapa com a UE e quais os reflexos que esta suspensão trará ao mercado de boi gordo e da carne. Com a possibilidade do Brasil perder seu melhor mercado para carne bovina in natura, muitos frigoríficos tem declarado que irão remanejar as exportações e atender outros mercados que não o bloco europeu, o que não diminui a pressão dos frigoríficos que tentam provocar recuos nos preços da arroba.
O mercado do boi gordo segue em ritmo lento, em parte pelo feriado de carnaval. O principal motivo para a lentidão dos negócios é a incerteza de como irão se desenrolar as negociações do Mapa com a UE e quais os reflexos que esta suspensão trará ao mercado de boi gordo e da carne.
Com a possibilidade do Brasil perder seu melhor mercado para carne bovina in natura, muitos frigoríficos tem declarado que irão remanejar as exportações e atender outros mercados que não o bloco europeu, o que não diminui a pressão dos frigoríficos que tentam provocar recuos nos preços da arroba.
Por outro lado, as chuvas já são constantes nas principais regiões produtoras do país. As pastagens recuperadas e com maior produção permitem que pecuaristas segurem seus animais no pasto ganhando peso e não aceitem os preços, mais baixos, ofertados pelos frigoríficos. Assim, o mercado do boi segue travado e com poucos negócios.
O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado, nesta quarta-feira, a R$ 73,73/@, acumulando recuo de 1,46% (- R$ 1,09). Já o indicador a prazo teve queda maior, sendo cotado a R$ 74,46/@, com variação negativa de 1,56%, na semana.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
A queda de braço entre produtores e indústria está cada dia mais difícil, os produtores não aceitam a pressão dos frigoríficos e a oferta de animais segue reduzida. Já os frigoríficos não fazem questão de adquirir grandes quantidades de animais, pois não sabem muito bem como ficará o comércio de carne nos próximos meses, caso as restrições de exportação à UE não sejam resolvidas.
Com este cenário as indústrias estão trabalhando com escalas curtas e o mercado segue lento. Em São Paulo, segundo o Cepea, as escalas estão em 3 dias. Segundo colaboradores do BeefPoint, em razão dos poucos negócios efetivados muitas indústrias tem trabalhando com ociosidade elevada.
Como as compras estão devagar na maioria das praças pecuárias do país, as cotações levantadas pelo BeefPoint devem ser interpretadas como preços de referência e não como valores de negócios realmente efetivados.
Tabela 2. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo, variação relativa a 30/01/08
No mercado futuro, com exceção dos contratos que vencem em março/08 e abril/08, todos os vencimentos acumularam alta durante a semana. Em relação ao fechamento do dia 30/01, os contratos com vencimento em fevereiro/08 tiveram valorização de R$ 0,29, fechando a R$ 69,29/@. Apesar da valorização dos últimos dias, o contrato para fevereiro ainda está distante do indicador Esalq/BM&F, a diferença desses dos indicadores é de R$ 4,44.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 30/01/08 e 06/02/08
No atacado da carne bovina, as cotações do traseiro e do dianteiro permaneceram estáveis, enquanto os preços da ponta de agulha tiveram alta de R$ 0,10 na semana. O equivalente físico foi calculado a R$ 65,93/@, alta de R$ 0,20. Assim, o spread (diferença) entre indicador Esalq/BM&F boi gordo e equivalente físico reduziu para R$ 7,81/@. Quanto menor o spread maior será a margem bruta do frigorífico.
Tabela 3. Cotações do atacado da carne bovina
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico
Na reposição, o mercado também trabalha com certa lentidão devido o feriado de carnaval, mas os bezerros continuam valorizados. O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 501,03/cabeça, alta de 0,18% (R$ 0,92), em relação aos valores levantados no dia 30 de janeiro. A relação de troca recuou para 1:2,43.
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista x relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)
O impasse com a União Européia continua, o Mapa declarou que no dia 14 irá entregar a lista definitiva com as propriedades aptas à exportar para o bloco europeu. Após revisar a listagem foram cortados estabelecimentos que apresentavam detalhes que podem ser interpretados como não conformidades, e a lista agora contém 600 fazendas.
Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, as fazendas cortadas apresentavam deficiências burocráticas ou pequenas falhas como a ausência de alguns documentos ou a inexistência de notas fiscais.
Como está o mercado do boi gordo, vaca gorda e reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados?
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Companheiros,
A política dos frigoríficos é diminuir o abate. Com isso obtém os melhores preços de venda da carne junto aos distribuidores e varejistas, pois a estes, acenam com a escassez. Ao mesmo tempo fazem sobrar boi no pasto, na tentativa de derrubar os preços da arroba. Este para eles é o melhor dos mundos.
Tem frigorífico que se dá ao luxo de, com escala de apenas 3 dias, sair de mercado, na tentativa de aterrorizar pecuaristas, que por vezes caem no engodo, entregando seus animais, e contribuindo de fato para a queda da arroba.
Penso que deveríamos usar das mesmas armas, mesmo que tenhamos o boi pronto, por vezes temos que, em bloco, sair de mercado. Vamos nós também sair de mercado. Eles, mesmo necessitando de boi, não saem de mercado? Nós também.
Companheiros, (não os do lula), não entreguem vossos animais antes da hora que eles estejam realmente acabados. Essa antecipação só vai contribuir para derruabar preço. Os 2 reais por @ que você supõe garantir agora, certamente perderá na venda do próximo lote.
Andando pelo Brasil a fora, tenho percebido uma diminuição generalizada da quantidade de boi gordo existente. A oferta de animais é uma decisão somente nossa. Conclamo a todos que racionalizemos nossas ofertas.
Fiquemos firmes, atentos e unidos.
Mercado bem travado no Paraná nesta sexta feira. Porém bons lotes tem preço sempre diferenciado!Novilhas e bois bem acabados com fácil acesso sempre tem colocação!
Boi R$ 69,00 à vista livre, com dificuldade de compra e vaca R$ 65,00 à vista livre, novilhas a combinar!
Bezerro R$ 500,00 com dificuldade em comprar e ainda lotes pequenos.
Abraços
Parabéns pelo trabalho acima escrito.
Até quando vai essa briga em? Os dois setores tem que se unir.
Excelente texto André,
Acredito que estamos passando por um evolução histórica na pecuária, pois pecuaristas permitiam valorização de R$ 5-10/@, e quando o frigorífico diminuía R$ 1/@ as escalas nas indústrias aumentavam do dia para a noite, com isto, lei da oferta e procura as cotações despencavam.
Hoje em dia com a escassez de animais, diversificação das produções agropecuárias nas fazendas, iniciando (em passos de tartaruga) profissionalização na produção que não permiti os famosos “gigolos de gado”, pressões ambientais, impostos, custo Brasil entre outros, a pecuária globalizada exige cada dia mais os trabalhos técnicos objetivando atender os consumidores com qualidade total e uma remuneração justa aos produtores profissionais.
A hora do espanto define o momento atual entre frigoríficos e pecuaristas, exportadores e a união européia e assim por diante. Porém sabemos que a classe de produtores, é totalmente individualista em todos os quesitos, não é participativa, ou seja, não é unida.
Todos gritam separadamente, e aí é um grito chocho.
é uma classe sem representatividade. Será que todos vocês pecuaristas não vêem os frigoríficos como agem, vocês gostam de pompa na hora dos leilões, vocês gostam de quantidade e pouco se importam com qualidade, não existe padrão.
É claro que existem excessões, isto não é regra, então você pecuarista, que trabalha sério por qualidade, sofre muito na hora de vender seu gado, utilize a sua marca, aprenda a vender seu gado, não adianta produzir bem, tem que vender bem também.
Organize-se e venda em bloco, por que, pelo que sei dinheiro não falta para isso, até quando vocês pecuaristas vão andar um para cada lado?
Praticamente saímos de uma crise, o ano promete muito sucesso para todos, e todos querem que o governo faça algo aqui e ali, e ninguém se mexe, todos gritam, vocês sabem que um grito de um retiro numa fazenda, e outro grito num retiro de outra fazenda, não são ouvidos por ninguém.