Representantes da pecuária que estarão nesta sexta-feira na abertura da 68a Exposição Internacional de Gado Zebu (Expozebu), em Uberaba (MG), pedirão às autoridades sanitárias que reforcem a fiscalização da entrada de gado bovino nas fronteiras do Brasil com o Paraguai e com a Argentina.
Os criadores argumentam que a compra de gado em pé do Paraguai e a entrada clandestina de animais colocam em risco a imunização do rebanho brasileiro na erradicação da febre aftosa. “Pedimos ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e às autoridades estaduais que façam fiscalização mais rigorosa nas barreiras para impedir a entrada de animais infectados”, afirmou o presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, Paulo Roberto Andrade, na abertura da campanha de erradicação da febre aftosa no Circuito Pecuário Centro-Oeste.
Em relação à cotação da arroba, Andrade disse que os criadores esperam que o preço aumente a partir de junho, quando pioram as condições do pasto e começa o período de confinamento do gado. Os pecuaristas reclamam da desvalorização da arroba ao mesmo tempo em que apontam o aumento dos custos com a vacinação.
Desde fevereiro o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, analisa ofício enviado pela Federação da Agricultura de Minas Gerais, no qual os pecuaristas apontam alta superior a 30% no preço do medicamento.
O levantamento, feito com base em compras feitas em Uberlândia, MG, mostra que em 15 de maio de 2000 a dose da vacina foi adquirida por R$ 0,62. Um ano depois o preço caiu para R$ 0,59, mas atingiu R$ 0,78 em novembro de 2001. Andrade informa que em março último o Sindicato Rural comprou a dose da vacina por R$ 0,82.
No primeiro dia da vacinação as principais lojas de itens da agropecuária de Uberlândia não dispunham de vacinas para venda. “O ministério fez levantamento nos 14 estados do Circuito Centro-Oeste e detectou que há vacinas disponíveis para atender a 60% do rebanho. No entanto, estamos no início da campanha de imunização e os laboratórios continuam produzindo”, informou o diretor-geral do Instituo Mineiro de Agropecuária (IMA), Célio Gomes Floriani.
Na abertura da Expozebu, os pecuaristas esperam que o ministério apresente o nome dos órgãos de vigilância sanitária e das entidades de representação que estarão autorizadas a emitir certificados de origem do gado bovino, conforme determinação do programa de rastreabilidade.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Luciana Otoni), adaptado por Equipe BeefPoint