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Pecuaristas se unem para ganhar mais

Para não ficar atrás da profissionalização dos frigoríficos, que buscam meios de não ficar à mercê da oscilação do mercado, os pecuaristas também correm atrás de profissionalizar a produção para garantir melhor renda.

Para não ficar atrás da profissionalização dos frigoríficos, que buscam meios de não ficar à mercê da oscilação do mercado, os pecuaristas também correm atrás de profissionalizar a produção para garantir melhor renda.

“Os maiores estão se profissionalizando, investindo na produção, na gestão e na comercialização”, afirmou o consultor da Agripoint, Miguel Cavalcanti.

Na opinião de José Vicente Ferraz, do Instituto FNP, o associativismo é a saída para enfrentar os frigoríficos. Dois exemplos desse tipo de iniciativa são a Conexão Delta G e a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon). “Os pecuaristas estão tentando acompanhar para não ficar para trás”, observou o vice-presidente da Conexão Delta G, Breno Barros, que promove a venda em conjunto de animais para abate nos Estados do Centro-Oeste, São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Bahia.

O grupo com 53 fazendas associadas atua na promoção do melhoramento genético de animais das raças nelore e braford, para obter precocidade. E há cerca de cinco anos também passou a atuar como pool de venda de animais e compra de insumos.

Segundo reportagem de Alda do Amaral Rocha, do Valor Econômico, no início de 2006, um grupo de confinadores decidiu reativar a Assocon, criada nos anos 80. Além de suporte técnico aos 50 pecuaristas de vários estados, a Assocon coordena a compra de insumos e formou um pool de vendas. Com isso, garantiu um pagamento adicional de 3% a 5% pelo volume de gado entregue. “Fica cada vez mais claro que isso [a criação de pools] é necessário”, ressaltou Cavalcanti.

0 Comments

  1. Antonio Davoli disse:

    Concordo e prego estas práticas, que já desenvolvo para alguns pecuaristas . Me permitam acrescentar que há disponibilidade de ainda agregar valores ao gado.

  2. Clemente da Silva disse:

    Essa movimentação, é um bom sinal pois indica que alguns produtores começam a se preocupar com a produção em escala, objetivando agregar valores ao seu produto, que é o boi terminado para o frigorífico.

    Vale ressaltar entretanto, que de nada vale pensar pequeno, num mercado tão grande como é o da carne. Há que se desenvolver infraestruturas de confinamentos grandes, próximas a frigoríficos capazes de absorverem a oferta de bois terminados.De nada vale construir um confinamento por exemplo a 1.000/1.500 km distante de um centro de abate, uma vez que o frete e as perdas de peso causadas pelo stress da viagem venham a roubar os lucros.

    É preferível montar uma estrutura onde não haja nem uma fazenda produtora de novilhos, mas que esteja próxima, máximo 200km distante do frigorífico. Outro fator de extrema importância é a produção de alimentos. Fala-se muito em grandes confinamentos mas eu não estou vendo ninguém falando em produção de alimentos em escala para atender grandes demandas.

    Um boi em confinamento consome uma quantidade razoável de volumoso por dia e outra quantidade de concentrado proteico energético. Se não se pensar em fazendas imensas para produzir somente alimentos a uma distância também compatível, qualquer projeto de confinamento vai por água abaixo.

    Eu conheço alguns grandes confinamentos fora do Brasil, um deles no estado do Colorado EUA, com 1.000.000 (um milhão de cabeças), em dois módulos. Eles fazem captação de bois para engorda em todo o oeste americano e também no Canadá.

    Todos os dias entram 25.000 bois magros e saem para o abate outros 25.000, para um frigorífico do próprio grupo que está a menos de 40km da parte mais distante do 2º módulo de confinamento.

    Eles são ultra organizados em tudo, e tudo é feito com planejamento prévio, não havendo sazonalidade nem na oferta de bois para engorda, nem na oferta de alimentos, pois eles têm contratos com produtores de bois e de alimentos em todas as regiões produtoras dos EUA, de maneira que tanto faz eles comprarem feno no Texas quanto na Carolina do Norte, o preço é o mesmo, e assim é também para os grãos.

    O Brasil tem condições muito melhores de produzir tanto animais quanto alimentos em regiões muito mais próximas a qualquer centro de confinamento e abate; é só uma questão de planejamento, organização e consciência empresarial.

    Todos os dias eu vejo ou ouço que um grande frigorífico está fazendo um confinamento ou planejando fazer, para 50.000, 80.000 cabeças, etc.

    Isso é merreca, gente!

    Há que se criar grupos de empreendedores fortes, com visão clara de futuro e fazer a coisa grande, do tamanho que esse país merece e o mercado está exigindo. De que vale um confinamento para digamos 50.000 cabeças com 1.000 associados, por exemplo?

    Isso só irá dar dor de cabeça na divisão dos “lucros”.

    O Brasil precisa sair do latifúndio extrativista para o empreededorismo na carne também, e já está passando da hora.

    Abraços,

    Clemente.