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Pecuaristas uruguaios se unem para comercialização

Entre outros atrativos do 1º Congresso Nacional de Invernada, organizado pela Associação Argentina de Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola (AACREA), a experiência de pecuaristas do Uruguai foi um caso interessante no que se refere à forma como foi planejado o crescimento do setor.

O Uruguai, que tem um rebanho bovino de 12 milhões de cabeças, aumentou entre 1991 e 2004 de 300 mil para 540 mil toneladas sua produção de carne. Além disso, entre 1995 e o ano passado, houve um aumento de 150 mil para 400 mil toneladas em suas exportações.

“Até os anos 80 era comum falar de estagnação, mas agora, a realidade é que a pecuária cresceu qualitativa e quantitativamente”, disse o presidente do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai, Roberto Vázquez Platero, durante sua palestra no Congresso.

Hoje, um dos casos que se destacam no Uruguai é a Cadeia Produtiva de Río de la Plata SA, empresa integrada por 53 produtores que manejam cerca de 70 mil cabeças de gado entre os departamentos de Soriano, Durazno, Salto e Río Negro. Uma das características deste empreendimento é que os produtores adquirem juntos seus insumos. A empresa tem convênios com fornecedores de alimentos, fertilizantes e outros produtos. As compras da sociedade passam de US$ 2 milhões por ano.

No entanto, o mais significativo é que os pecuaristas também seguem este critério para comercializar sua produção. Neste caso, as vendas conjuntas alcançam 12 mil cabeças por ano, com um faturamento de US$ 6 milhões.

Escala

“Com base na escala conseguimos negociar com a indústria, que assim garante uma entrega constante, e ter um preço maior (pelo produto). Além disso, baixamos em 50% os custos da transação”, disse o presidente da empresa, Andrés Iruleguy.

Além de destinar sua produção ao mercado interno, a firma tem uma cota de 94 toneladas para vender carne dos produtores à União Européia (UE) através da cota Hilton. “Agora temos que produzir 3000 novilhos para a cota Hilton”, disse ele.

A empresa também desenvolve em conjunto um sistema de engorda no curral. Depois de colocar em marcha esta experiência em 2003, primeiro com 100 novilhos e depois com 1500, hoje está construindo em Durazno currais que terão capacidade para 2000 animais.

A parte do vínculo com os produtores que engordam seus animais, a firma está associada a uma empresa que produz uma importante porcentagem de alimento consumido e a Associação Uruguaia de Produtores de Carne Intensiva Natural (Aupcin), entidade que agrupa 20 companhias de engorda que terminam 45 mil novilhos por ano.

Os produtores que integram a sociedade também contam com um sistema de financiamento que permite o investimento de alguns dos acionistas da firma nas empresas de outros produtores.

Fonte: La Nación, adaptado por Equipe BeefPoint

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