A controvérsia sobre o uso desse "aproveitamento" de proteína, na minha opinião, contrariando os estudiosos da carne dos EUA é que a indústria não avisava os consumidores que usava "limo rosa" na carne moída e no hambúrguer porque sabia que não era esse coproduto que o consumidor gostaria de comer ao comprar carne.
Em 5/abr, o leitor BeefPoint Pedro Eduardo de Felício (Unicamp), deixou comentário sobre a notícia EUA: Cargill corta produção de “lodo rosa” e prevê aumento nos preços dos hambúrgueres” está esperando sua aprovação. Veja na íntegra:
“A título de sugestão, nessa matéria que dá uma boa ideia da controvérsia norte-americana sobre LFTB (lean finely textured ground beef) ou “pink slime”, eu prefiro traduzir “lean finely textured” por carne magra de textura fina, porque esse coproduto não é texturizado, a textura é fina porque não tem a estrutura típica de tecido muscular, ele constitui um aproveitamento de fibras musculares retiradas – por aquecimento e separação física – de retalhos gordurosos. Em virtude do aquecimento para fundir o tecido adiposo (gordura) o LFTB se deterioraria rapidamente, e é para evitar isso que se faz o tratamento ou descontaminação com cloreto de amônia. Alguém chamou isso de “pink slime” que eu traduzo por limo rosa e não lodo, embora no Aurélio limo seja sinônimo de lodo, mas no dicionário de inglês (Oxford) “slime” é algo repulsivo e não creio que se possa dizer que o lodo seja repulsivo, por isso prefiro limo rosa, que imagino tenha sido o sentido pejorativo que quiseram dar.
A controvérsia sobre o uso desse “aproveitamento” de proteína, na minha opinião, contrariando os estudiosos da carne dos EUA é que a indústria não avisava os consumidores que usava “limo rosa” na carne moída e no hambúrguer porque sabia que não era esse coproduto que o consumidor gostaria de comer ao comprar carne. Agora choram sobre o leite, ou melhor, sobre o limo derramado e acusam todo mundo de não conhecer a ciência que dá embasamento ao uso dessa coisa na alimentação humana. Se esquecem que consumidores não comem carne movidos por interesse científico, mas pelo apetite e cultura de seu povo.”
Para ler mais a respeito:
Tyson Foods: questão do “lodo rosa” afeta demanda por carne nos EUA
McDonald’s é forçado a mudar receita de hambúrguer nos EUA
3 Comments
Prof. Dr. Pedro Felício ! Parabéns pela informação e comentário. Como sempre, esbanjando conhecimento.
Um forte abraço,
Pérsio
Pedro, como sempre seus comentario são oportunos e precisos.
Parabéns!
Dr Pedro
Muito atual e esclarecedor. Pq será que os produtores alimentícios americanos teimam em colocar aditivos nos alimentos dos quais nem sabem muito bem as consequências dessa adição? Alimentação é um tema sério e que merece o maior respeito dos produtores em relação ao consumidor. Ainda bem que o consumidor está cada vez mais atento ao que consome e exige o melhor. E daí, a carne vermelha já sofre pressões em demasia p/ que esses fabricantes ainda ajudem a denegri-la ainda mais…
Obrigado por nos atualizar.
Licinia