A conservação da forragem na forma de silagem é caracterizada pela fermentação lática espontânea que ocorre em ambiente anaeróbio, sendo que, os principais agentes fermentadores são bactérias láticas que metabolizam os açúcares e produzem o ácido lático. Desse modo, a manutenção da anaerobiose e a queda do pH constituem os fatores que são responsáveis pela preservação da forragem armazenada, pois os microrganismos capazes de deteriorar a silagem são inibidos pelo efeito sinérgico dos ácidos produzidos durante a fermentação, pela pressão osmótica elevada e pela ausência de oxigênio (Woolford, 1990).
A conservação da forragem na forma de silagem é caracterizada pela fermentação lática espontânea que ocorre em ambiente anaeróbio, sendo que, os principais agentes fermentadores são bactérias láticas que metabolizam os açúcares e produzem o ácido lático. Desse modo, a manutenção da anaerobiose e a queda do pH constituem os fatores que são responsáveis pela preservação da forragem armazenada, pois os microrganismos capazes de deteriorar a silagem são inibidos pelo efeito sinérgico dos ácidos produzidos durante a fermentação, pela pressão osmótica elevada e pela ausência de oxigênio (Woolford, 1990).
Quanto aos fatores ligados à acidificação da massa, estes são obtidos quando ocorre predominantemente fermentação homolática (Driehuis et al., 1999) e podem ser alcançados com facilidade, por exemplo, na cultura do milho, devido às suas características desejáveis relacionadas a capacidade de fermentação (alta concentração de carboidratos solúveis, baixo poder tamponante e umidade reduzida) (Allen et al., 2003).
O contato da massa com o oxigênio é inevitável durante algumas fases que compreendem o processo de ensilagem (abastecimento do silo, armazenamento e desabastecimento). Segundo Sprague (1974), citado por Woolford (1990) e Pahlow et al. (2003), em um silo bem fechado o O2 presente na massa é consumido rapidamente pelo processo de respiração celular e pela microbiota (microrganismos aeróbios facultativos), pois em 15 minutos cerca de 90% do oxigênio é removido e menos de 0,5% permanece após 30 minutos. Pelo fato do silo não ser ambiente hermético, durante o período de armazenamento o ar penetra no seu interior (Muck et al., 2003), principalmente no topo e nas zonas laterais em contato com a parede (Bolsen et al., 1993), sendo que este problema pode se agravar, sobretudo durante o fornecimento da silagem aos animais (Honig, 1991). A presença de O2 desencadeia a proliferação de microrganismos indesejáveis presentes na massa (leveduras, fungos e bactérias aeróbias) que se desenvolvem a cargo de substâncias energéticas presentes na forragem, acarretando em perdas no valor nutritivo da silagem e redução do consumo pelos animais (Lindgren et al., 1985).
Segundo Bernardes et al. (2005), no Brasil, devido a inobservância dos processos de oxidação de nutrientes pelos microrganismos aeróbios e a, conseqüente, deterioração da silagem, pouca importância tem-se dado na prática, por se tratar na maioria das vezes de um problema assintomático. A impossibilidade de mensurar as perdas totais por manejo inadequado que ocorre nas propriedades rurais e a dificuldade de as determinarem quantitativa e qualitativamente por meio de trabalhos experimentais, resultam em falta do estímulo à percepção e à divulgação de resultados para a economia de produção. Dificilmente os produtores acreditam em perdas elevadas pelo problema de oxidação da massa, pois só consideram aquelas que são visíveis (com presença de fungos), o que subestima as reais perdas envolvidas na ensilagem (Siqueira et al., 2005).
O alvo dos trabalhos até o momento sobre deterioração aeróbia inclui a utilização de ácidos durante a ensilagem (Mills & Kung, 2002), doses de amônia e uréia (Hill & Leaver, 2002), emurchecimento e/ou adição de inoculante microbiano (Castro et al., 2006), aditivos absorventes e disponibilizadores de substrato (Bernardes et al., 2003), bem como métodos de alteração da fermentação com a utilização de bactérias heteroláticas produtoras de acetato e/ou propionato (Higginbotham et al., 1998; Driehuis et al., 2001).
O tema deterioração aeróbia não se limita as questões relacionadas com as perdas, porque o desenvolvimento de microrganismos, como algumas espécies de bactérias (,i>Bacillus, Clostridium e Listeria) e alguns fungos filamentosos podem influenciar nos aspectos ligados a qualidade higiênica da silagem (Lindgren et al., 2002). A multiplicação de clostrideos pode reduzir a qualidade do leite e de inviabilizar a produção de determinados tipos de queijo. O crescimento de fungos pode vir acompanhado pela produção de micotoxinas na massa. Dessa forma, os animais que são alimentados com grandes proporções de silagem na ração (vacas leiteiras) podem intoxicar-se, causando efeitos diretos ao seu desempenho e colocando em risco a saúde humana que utiliza alimentos de origem animal ao longo da cadeia alimentar (Whitlow & Hagler Jr., 1997).
Por estas razões, se faz necessário colocar em ação todas as estratégias para reduzir a penetração de O2 no silo, evitando seus efeitos deletérios, tanto de ordem nutricional como sanitária, durante o armazenamento ou durante o consumo da silagem.