Parlamento britânico investiga ‘milionários da aftosa’
8 de agosto de 2001
Expectativa de aumento dos preços da carne bovina nos EUA
10 de agosto de 2001

Perdas com aftosa chegam a US$ 400 milhões na Argentina

Ontem fez 1 ano que o governo argentino admitiu a volta da febre aftosa nos rebanhos do país e, desde então, o setor enfrenta um panorama bastante complicado: quase todos os mercados externos foram fechados e foi necessária a retomada da vacinação no rebanho bovino. Um ano depois, as perdas vão se acumulando, e já passam o valor de US$ 400 milhões.

Após ocultar durante várias semanas a entrada de animais doentes, vindos do Paraguai, em 8 de agosto de 2000, o então secretário da Agricultura da Argentina, Antonio Berhongaray, viu-se obrigado a admitir a presença de casos de aftosa em Formosa, Corrientes e Entre Ríos. Com o passar dos dias, o governo considerou como terminada a crise sanitária, mas muitos mercados, principalmente o Canadá e os Estados Unidos, permaneceram fechados até o final do ano. Dessa forma, somente considerando a queda das exportações de carnes, a perda já tinha sido de US$ 70 milhões.

Durante o primeiro trimestre deste ano, o governo argentino prolongou sua política de ocultamento, enquanto o vírus se difundia rapidamente. A situação ficou insustentável em meados de março. O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), reconheceu a existência de centenas de focos de aftosa e a conseqüência foi imediata: a Argentina perdeu praticamente todos os mercados para suas carnes.

Neste contexto, as perdas do setor dispararam. Durante os primeiros 5 meses do ano, as vendas de carne argentina ao exterior foram de apenas US$ 125 milhões, cerca de 52% a menos do que no ano anterior. Porém, quando comparadas as exportações do mês de maio deste ano, no mesmo período de 2000, a queda é de mais de 80%. Segundo a Câmara da Indústria da Carne (CICCRA), a perda é de cerca de US$ 50 milhões a cada 30 dias. Assim, desde março, as perdas foram de US$ 250 milhões.

No momento, em plena vacinação do rebanho bovino contra a aftosa, a luta contra a doença está sendo feita e o governo argentino espera que a situação esteja sob controle dentro de poucos meses. Porém, este esforço exigirá um custo adicional de US$ 60 milhões referentes às medidas tomadas para com os animais, e mais US$ 20 milhões referentes às restrições do movimento do gado, o que impede que os produtores vendam normalmente os mesmos.

fonte: E-campo, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.