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Perdigão começa a abater bovinos em outubro

Ao mesmo tempo em que a Sadia S.A. anunciou a retomada das operações de abate de bovinos em Várzea Grande (MT), a rival, Perdigão S.A. entra neste mercado. Ontem, o presidente da empresa, Nildemar Secches, anunciou que a Perdigão vai atuar no ramo da pecuária de corte, firmando parceria com Arantes Alimentos Ltda. (Frigoalta), cujas plantas foram desativadas por problemas financeiros no fim do ano passado. A Perdigão não revela os valores investidos pelo pagamento da produção dos parceiros.

O contrato com o Frigoalta deve representar, em futuro próximo, o investimento da Perdigão em uma unidade própria. Inicialmente, a parceria se dará apenas no frigorífico de Cachoeira Alta (GO), mas Secches não descarta a possibilidade de recorrer às unidades de Guararapes (SP) e Pontes e Lacerda (MT). Ele também destacou que a proposta da empresa é, futuramente, trabalhar com parcerias fixas – como os integrados em frangos e suínos – para o fornecimento da matéria-prima.

Pelo contrato com o Frigoalta, cerca de 90% da capacidade da unidade será destinada à produção de carne para a Perdigão. A empresa espera faturar – apenas com essa operação – de R$ 270 milhões, o equivalente a 4,5% do faturamento previsto para este ano, que é de R$ 6 bilhões. Os abates iniciam em outubro.

Cerca de 70% da produção da unidade será destinada à exportação. A Perdigão pretende se valer da MP do Bem, que consegue isenções fiscais nestes casos. A previsão é de que, em 2006, sejam comercializadas com o exterior 60 mil toneladas de produtos bovinos.

A Perdigão planejava atuar nesse mercado desde 2001. Apenas no ano passado a empresa montou um grupo de trabalho para fazer um projeto na área e buscar parceiros. “Estávamos fora por causa da imensa informalidade do setor”, disse.

Segundo o jornal O Valor, Secches enumerou três razões para a parceria com a Arantes: a planta goiana é habilitada para exportar para os principais mercados, como Europa, Egito e Hong Kong. Além disso, está localizada numa região próxima ao complexo da Perdigão em Rio Verde e numa área com grande oferta de animais.

Pelo contrato, a Arantes fará o abate, desossa, embalagem e armazenamento da carne e a Perdigão terá uma estrutura própria para a compra de animais. Secches diz que a solidez financeira da Perdigão fará os pecuaristas procurá-la para vender gado. O plano, no futuro, é estabelecer parcerias com produtores e depender menos do mercado spot de gado bovino, segundo Secches.

No exterior, os cortes bovinos da Perdigão serão vendidos com a marca Perdix, mas empresa também terá duas linhas para o mercado interno, com as marcas Perdigão e Nabrasa, de cortes nobres.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi) e Valor Econômico, adaptado por Equipe BeefPoint

3 Comments

  1. JOÃO ABADIO PEREIRA disse:

    Quero parabenizar o BeefPoint, por trazer sempre noticias do agronegócio, de forma transparente e objetiva, como esta da Perdigão, que é recebida com entusiasmo por o todo o mercado, é um reforço na opção de comercialização do rebanho pelos pecuaristas, é isto que alavanca a concorrência no setor.

    João Abadio

  2. Humberto de Freitas Tavares disse:

    A cobiça e a miopia dos frigoríficos brasileiros os levou a mirar nos ganhos de curto prazo que conseguiriam pisando na goela dos pecuaristas além do limite do razoável.

    Ao invés de pensar (o Marfrig é honrosa exceção) em parcerias e em estratégicas para quando mudasse a conjuntura, conseguiram apenas despertar no pecuarista o sentimento de impotência e o desejo de dar o troco. Conseguiram fazer sumir os bois que normalmente seriam mandados aos confinamentos no fim de agosto (a famosa segunda turma). E agora vão pagar o pato.

    Vão ter que agüentar a falta de bois a partir de novembro. E vão ter de se haver com os gigantes Sadia e Perdigão.

    Aleluia! Finalmente a luz no fim do túnel.

  3. João Bosco Altoé Júnior disse:

    É de grande importância para o desenvolvimento da pecuária nacional a entrada de empresas de grande porte no mercado. Espera-se que com isso possamos conseguir novos mercados, produzir com maior qualidade e agregar valor à nossa produção.

    Espero que estas empresas (Perdigão e Sadia) invistam no desenvolvimento do setor produtivo, pois temos muito a desenvolver.