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Perdigão cresce em 2008 apesar de prejuízo no 4º tri

A Perdigão fechou o ano de 2008 com um faturamento bruto de R$ 13,1 bilhões. O número não é somente 69% maior do que o de 2007, mas 9% superior à previsão da concorrente Sadia divulgada no terceiro trimestre de 2008 (R$ 12 bilhões). No ano, as vendas no mercado interno cresceram 76,6% com aumento dos volumes comercializados em carnes, lácteos e outros processados.

A Perdigão fechou o ano de 2008 com um faturamento bruto de R$ 13,1 bilhões. O número não é somente 69% maior do que o de 2007, mas 9% superior à previsão da concorrente Sadia divulgada no terceiro trimestre de 2008 (R$ 12 bilhões). Se confirmado o faturamento da rival, que divulga balanço na próxima sexta, será a primeira vez que a Perdigão superará a Sadia em vendas. No ano passado, a Perdigão teve faturamento bruto de R$ 7,7 bilhões, e a Sadia, de R$ 9,8 bilhões.

No ano, as vendas no mercado interno cresceram 76,6% com aumento dos volumes comercializados em carnes (26,3%), lácteos (305,7%) e outros processados (69,6%). A participação desse mercado no total das vendas líquidas da Perdigão chegou a 56,3%. As exportações cresceram 58% em receita e 34,8% em volume, com destaque para o segmento de carnes, que representou 97,3% das exportações.

Mas apesar do bom resultado do ano, a Perdigão sentiu o impacto negativo da crise em seu resultado líquido do quatro trimestre, que foi de prejuízo de R$ 20 milhões. De acordo com comunicado da companhia, o resultado se deveu, sobretudo às absorções da parcela do ágio de aquisições e do impacto do dólar nas despesas financeiras, sem efeito caixa. Desconsiderando a parcela amortizada do ágio, o resultado líquido no trimestre seria positivo em R$ 8 milhões.

O resultado operacional da companhia ficou acima das expectativas de algumas corretoras. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi no quarto trimestre de R$ 465 milhões, assim como a margem Ebitda que foi de 15,2%.

No ano, a Perdigão apresentou um lucro de R$ 54 milhões, queda de 83% em relação aos R$ 321 milhões de 2007. O Ebitda no ano cresceu 44% para R$ 1,1 bilhão, mas a margem Ebtida decresceu de 12,1% em 2007 para 10,2% em 2008.

Essa pressão sobre as margens, segundo a companhia, se deveu ao aumento dos custos das principais matérias-primas em 2008 na comparação com 2007. O custo médio de produção ficou 18,7% acima do patamar verificado no ano anterior, enquanto o preço médio das carnes subiu 16% em reais e 24,7% em dólar. Os papéis da empresa fecharam ontem em alta de 4,68% em R$ 32,40 por ação.

Stephanes

Ao comentar a possível fusão das empresas Sadia e Perdigão, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que o importante, para o governo, é que elas continuem trabalhando. A Sadia enfrenta problemas em função de operações feitas com derivativos cambiais.

“[A Sadia] é uma empresa tradicional, com um mercado muito grande aberto lá fora. Internamente, centenas de milhares de [produtores] integrados dependem dessa empresa. Então, é claro que essas empresas têm que continuar atuando bem”, afirmou o ministro.

Stephanes ressaltou, no entanto, não ter informações de como a Sadia tentará sua recuperação, se por meio da fusão com a Perdigão ou de outra medida. Sobre o uso de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na operação, ele disse que não poderia falar sobre algo que ainda não estava decidido.

As informações são da Gazeta Mercantil e Agência Brasil, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.

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