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19 de agosto de 2003
Análise Semanal – 21/08/03
21 de agosto de 2003

Pesquisa aponta que processo de rastreabilidade está lento no Brasil

O sistema de rastreabilidade do gado de corte brasileiro atinge hoje a apenas 3,5% do rebanho nacional, cerca de cinco milhões de cabeças. Exatamente o volume de animais que são abatidos para a exportação.

O dado faz parte do primeiro levantamento sobre a abrangência do rastreamento em gado de corte realizado pela Kleffmann, empresa de origem alemã, com sede em Campinas (SP), especializada em pesquisa de mercado na área agropecuária.

Por determinação do governo, todos os animais deverão progressivamente ter os dados inseridos no Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), criado em janeiro de 2002. Pelo cronograma do governo, as 144 milhões de cabeças que formam o rebanho para corte no Brasil deverão estar no Sisbov até o final de 2007.

Segundo a Kleffmann, apenas 6,5% dos pecuaristas têm algum tipo de rastreamento, mesmo que em parte do plantel. “O que observamos na pesquisa é que a implantação de sistemas para rastreamento da vida do animal tem sido lenta e em muitos casos atendem a apenas a poucos lotes de um criador”, afirmou o gerente regional da Kleffmann, Lars Schobinger.

O levantamento da empresa indicou que 55% dos pecuaristas do Brasil têm rastreabilidade em menos de 10% do rebanho. “Estão em fase experimental”, afirmou a coordenadora da pesquisa que ouviu 2.009 pecuaristas em todo o território nacional, Renata Blanco.

Estados como Goiás, Tocantins, Paraná e Mato Grosso são os mais adiantados no processo de rastreamento. Se na média nacional o total do rebanho rastreado é de 3,5%, nestas unidades da federação a situação é bem melhor: Goiás, 7% do rebanho; Tocantins, 6%; Paraná, 7%; Mato Grosso, 4%.

Segundo Schobinger, a determinação governamental de rastreabilidade por animal cria um grande problema para os pecuaristas. O setor tenta mudar esta regra e fazer o rastreamento por fazendas. “Acho que se fosse pelo menos por lote já traria mais facilidade para os criadores”, avaliou.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Agnaldo Brito), adaptado por Equipe BeefPoint

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