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Pesquisador da Embrapa acredita que relatório do Cifor sobre desmatamento é equivocado

“A Conexão Hambúrguer Alimenta a Destruição da Amazônia”, relatório divulgado esta semana pelo Centro para Pesquisa Florestal Internacional (Cifor), acusa a pecuária e as exportações nacionais de carne de serem os principais agentes de desmatamento da Amazônia Legal (território que abrange Acre, Amapá, Amazonas, Pará, de Rondônia, Roraima, do Mato Grosso, Maranhão e Tocantins). No estudo, o Cifor informa que contou com a contribuição de pesquisadores de órgãos como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), porém essa visão não é compactuada pelo pesquisador da estatal, Norton Amador da Costa (veja matéria).

O pesquisador informa que apesar de o Cifor ter uma unidade dentro da Embrapa, a empresa não tem gerência sobre a ONG, já que esta tem suas próprias metodologias de trabalho. Na opinião de dele a interpretação dos dados do levantamento feita pelo Centro está equivocada. “O fato de o retorno do investimento na pecuária ser baixo e de longo prazo, obrigou nossos pecuaristas a se profissionalizarem e passarem a pensar em fertilização das áreas utilizadas e intensificação da atividade de maneira sustentada”, afirma.

Costa informa que o incentivo promovido pelo governo à ocupação da região foi feito de maneira equivocada, porém isso já foi corrigido e a criação bovina agora se dá de maneira altamente racional. O pesquisador acredita que a divulgação de informações como estas interessem a muitos dos concorrentes da carne brasileira no Exterior. “Muitos temem o avanço do País na exportação do produto, já que o temos condições climáticas ímpares de desenvolvimento e engorda do rebanho, que também está imune a doenças que hoje assustam consumidores”, afirma ele.

Costa explica que a Amazônia é a região do Brasil que tem as melhores condições não variáveis para o sucesso na criação bovina, que são clima, umidade e pastagens. “Por isso não trabalharemos contra a natureza, mas sim a favor e integrando a tecnologia à atividade. O desenvolvimento da pecuária amazonense é muito recente, tem menos de cinco décadas, e os pecuaristas da região apanharam muito até atingir experiência de hoje e obter as taxas de crescimento atuais, que tornaram a região o maior exportador do País”, informa.

Ele finaliza afirmando que o desenvolvimento tecnológico a ser adquirido nos próximos dez anos modificará padrões mundiais na bovinocultura. “O nosso futuro é uma pecuária forte, equilibrada do ponto de vista de pastagens em abundância integrada à floresta, já que nós temos árvores como o Ipê Rosa, que podem ser associadas à atividade”, prevê o pesquisador.

Fonte: Paulo Roberto Brino Mattus, da Equipe BeefPoint

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