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Pesquisadores sugerem alimentar gado com microalgas para obter uma carne melhor para o meio-ambiente

Um novo estudo mostrou que os bovinos podem começar a comer microalgas ao invés dos grãos consumidos normalmente. O farelo de microalgas, subproduto resultante após a extração do óleo usado na fabricação de biocombustível, detém um valor nutricional, podendo ser usado na alimentação de bovinos – sendo que descobriu-se que os animais acham esse subproduto saboroso.

“Após o processo de extração do óleo, o resíduo de alga inclui um pouco de gordura, fibras e proteína, todos nutrientes essenciais para bovinos”, disse a professora associada de nutrição de bovinos de corte confinados da Universidade do Estado de Iowa, Stephanie Hansen, que também é uma das autoras do estudo. “Os bovinos digerem bem alimentos fibrosos, como o farelo de alga, tornando esse produto um excelente alimento para ruminantes”.

alga

Os bovinos consomem quantidades enormes de alimentos, parcialmente porque digerem alimentos de forma ineficiente. A produção de carne bovina precisa normalmente de 28 vezes mais terra do que a produção de carne suína e de frango. Também usa 11 vezes mais água e produz cinco vezes mais emissões climáticas do que outras carnes. Embora os arrotos e o esterco sejam responsáveis por parte da poluição, a maioria dos problemas vem da produção de grãos que os animais comem e na conversão disso em alimento.

“As pegadas ambientais da carne bovina convencional são quase inteiramente devidas à produção de seus alimentos”, disse Gidon Eschel, que calculou as pegadas de carbono de diferentes alimentos em um estudo diferente no ano passado.

As micoalgas, diferentemente do milho, por exemplo, podem ser produzidas com muito pouca energia, terra e água. Os pesquisadores estão trabalhando com a Solazyme, uma companhia que usa açúcar em tanques de fermentação para produzir microalgas para biocombustíveis. “É um processo com muito pouco carbono”, disse o chefe de sustentabilidade da companhia, Jill Kaufmann Johnson. “A cana de açúcar como matéria-prima é uma fonte de carbono com impacto muito baixo e é alimentada pela chuva. E os resíduos da cana de açúcar servem de energia para todo o processo de produção. “Todo o processo também requer muito menos terra do que milho ou pasto”.

Provavelmente, não será possível mudar completamente a alimentação dos bovinos para microalgas, mas esse subproduto pode substituir uma porção substancial de outros alimentos. No estudo, alguns dos animais consumiram quase metade de sua alimentação em microalgas. “O farelo de alga pode ser bem adequado como parte de uma dieta completa para bovinos, substituindo uma porção do milho ou outros alimentos tipicamente usados na dieta”.

Para cada parte de milho substituída, pode-se reduzir as pegadas de carbono da carne bovina. A Solazyme está finalizando uma avaliação de todo o ciclo de vida agora, de forma que ainda não é possível dizer exatamente como a microalga pode ajudar, mas pode ser que, em breve, esse subproduto possa ser utilizado na alimentação de bovinos.

Os pesquisadores estão trabalhando para obter aprovação do FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) e esperam que os produtores possam ser capazes de começar a fornecer algas aos animais em 2016.

Fonte: http://www.fastcoexist.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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