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PF apreende cocaína dentro de carne congelada para exportação

A operação Caravelas, da Polícia Federal, apreendeu na tarde desta quinta-feira, num galpão no Mercado São Sebastião, cerca de duas toneladas de cocaína embalada dentro de peças de carne congelada preparadas para a exportação. É a maior apreensão de cocaína pura da história do estado. Funcionários de uma firma contratada pela Polícia Federal usaram uma serra elétrica para cortar a carne congelada.

A cocaína vinha da Colômbia, passava pelo Paraná e chegava ao Rio, onde era embutida nas peças de carne, e seguia para Lisboa, em Portugal. Toda a mercadoria apreendida nesta quinta-feira seria transportada dentro de 30 dias, num navio, para o país europeu. Lá, cada quilo da droga atingiria o preço de 35 mil dólares.

Sete pessoas foram presas na operação. Uma delas é José Antônio de Palhinhos Jorge Pereira. Segundo a PF, ele é sócio de dois restaurantes chiques do Rio de Janeiro.


O esquema, investigado há mais de um ano, era chefiado de Portugal por Antônio dos Santos Damaso, preso no Barrashopping com Carlos Roberto da Rocha, o Tobe (irmão de Luís Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, um dos maiores traficantes do Brasil, que está foragido no Suriname e fornecia a droga da Colômbia via Londrina), e Rossini Galdino de Souza, o Velho.

Foram presos ainda Estilac Oliveira Reis, o arquiteto jurídico do esquema, na Estrada do Mendanha, em Campo Grande, onde tem uma empresa; a secretária de José Antônio de Palhinhos Jorge Pereira, Vânia de Oliveira Dias, em Ipanema; e Márcio Junqueira de Miranda, responsável pela embalagem da droga em cortes de “bucho bovino” (dobradinha), na Avenida Sernambetiba.

Segundo os agentes da PF, os traficantes usavam uma empresa de fachada para enviar a droga para o exterior. Todos os presos foram levados para a sede da Polícia Federal, na Praça Mauá.

Uma operação complexa, com ramificações em Lisboa, no Suriname e na Colômbia, era realizada pela quadrilha desarticulada ontem pela Polícia Federal. O bando operava a partir de Mato Grosso do Sul. A cocaína chegava ao estado de avião trazida da Colômbia e era guardada em galpões em fazendas até seguir para o Rio em caminhões, passando pelo Paraná. A carne bovina tinha outra origem: as 50 toneladas de bucho apreendidas com a droga foram compradas de um frigorífico no interior de São Paulo.

Segundo agentes do Grupo de Investigações Sensíveis (Gise) da PF de Brasília – responsáveis pelas investigações – só no Rio a cocaína da Colômbia era embalada juntamente com a carne. Todo o processo era industrial: a embalagem era feita a vácuo. A cocaína e a carne eram congeladas num frigorífico do Mercado São Sebastião, na Penha. Para não despertar suspeitas, uma empresa fantasma de exportação – a Agropecuária da Bahia Ltda – foi criada com sócios e endereços fictícios.

A cocaína seguia de navio para a Europa em contêineres lacrados. O destino era a Espanha, mas a PF informou que o destino final era Portugal. Lá ela seria distribuída para vários países. A mesma quadrilha já teria enviado outros carregamentos semelhantes para a Europa.

Fonte: O Globo, adaptado por Equipe BeefPoint

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