Uma equipe de policiais civis da delegacia de Cáceres, cumpriu na manhã de sexta-feira mandado de busca e apreensão, expedido pela Polícia Federal em Mato Grosso, na unidade do Grupo Friboi, em Araputanga. O objetivo da operação, que parou a cidade, é obter provas que confirmem a utilização indevida de selos do Serviço de Inspeção Federal (SIF). O material apreendido chegou ao final da tarde na sede da Polícia Federal, em Cuiabá, onde será periciado.
No dia 6, equipes da PF e da Superintendência Federal de Agricultura (SFA/MT), apreenderam no posto fiscal Flávio Gomes, em Cuiabá, 25 toneladas de carne bovina congelada do frigorífico Friboi, procedente de Araputanga, com destino ao porto de Santos (SP), de onde seguiriam para exportação.
As cerca de mil caixas apreendidas continham selos de SIF irregulares sob o número 385, que pertencem à planta Friboi de Andradina (SP). Sendo a mercadoria procedente de Araputanga, o SIF deveria ter o número 2979 e não 385.
A prática foi denunciada à SFA/MT, que realizou uma ação conjunta com a PF. O que está sob investigação, que poderá levar até 60 dias, é a possibilidade de que carnes bovinas de estados vizinhos a Mato Grosso, sem habilitação para exportar, pois não possuem status de livre de febre aftosa, possam estar sendo “esquentadas” sob o SIF 385, para atingirem o mercado internacional. Segundo suspeitas da PF e da SFA/MT, o produto deve ser de animais de Rondônia, abatidos na planta de Araputanga, estado sem o status de livre da febre aftosa com vacinação.
Desde 2001, Mato Grosso obteve da OIE, a ratificação da posição de livre de febre aftosa com vacinação. O último registro de foco da doença foi em janeiro de 1996, em Terra Nova do Norte.
A reportagem fez contato com a assessoria de imprensa do Grupo Friboi, em São Paulo, para obter informações sobre a ação de busca e apreensão, mas não obteve retorno. Na quinta-feira, por meio de uma nota à imprensa, a diretoria da empresa disse que vai esperar o fim das investigações para se manifestar. A nota dizia ainda, que não há irregularidades nos produtos e que as 25 toneladas com SIF trocado podem ser fruto de erro operacional de informática e até mesmo de sabotagem.
Desde a última quarta-feira, dois técnicos do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Mapa, estão no estado para contribuir com as investigações, principalmente com relação à hipótese de envolvimento de servidores SFA/MT, na fraude de troca de SIF.
Fonte: Diário de Cuiabá/MT, adaptado por Equipe BeefPoint
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Sou médico veterinário, responsável pelo SIF 4510, um matadouro-frigorífico localizado em Pimenta Bueno/RO, também pertencente ao Grupo Friboi.
Sou leitor assíduo dos artigos do BeefPoint, que sempre me agradam muito. Porém, neste artigo há uma série de informações equivocadas. Dentre elas há uma que gostaria de chamar a atenção:
O estado de Rondônia conseguiu em 2003 (não me lembro da data exata da publicação da portaria) o status de “estado livre de febre aftosa com vacinação” e, portanto, está apto ao comércio internacional dos produtos, supro dutos e despojos oriundos dos bovinos aqui criados e abatidos.
Tanto é que na cidade de Vilhena/RO há outra unidade do Grupo Friboi, sob o SIF 4333, que possui habilitação para o comércio internacional, inclusive para mercados específicos, como Israel.
Devido à grande importância do “BeefPoint”, julguei importante realizar esta correção, para que seus milhares (porque não dizer milhões) de leitores não formem uma opinião distorcida da realidade da cadeia produtiva da carne em nosso estado de Rondônia.
Antenciosamente,
Tamer Belchior Nogueira do Lago
Méd. Veterinário CRMV/RO 0520
Responsável SIF 4510