A Polícia Federal iniciou operação de combate à sonegação fiscal entre frigoríficos em SP. A operação foi batizada de Grandes Lagos, em referência à região que concentra os municípios onde a operação está focada: São José do Rio Preto, Jales e Fernandópolis, no noroeste de SP. Já foram presas 78 pessoas e ainda serão cumpridos mais 31 mandados de prisão, ligadas à empresas acusados de crimes de sonegação fiscal e estelionato
A Polícia Federal iniciou operação de combate à sonegação fiscal entre frigoríficos em SP. A operação foi batizada de Grandes Lagos, em referência à região que concentra os municípios onde a operação está focada: São José do Rio Preto, Jales e Fernandópolis, no noroeste de SP.
O Globo Online informa que já foram presas 78 pessoas e ainda serão cumpridos mais 31 mandados de prisão, ligadas à empresas acusados de crimes de sonegação fiscal e estelionato. No total, são 109 mandados de prisão.
A Justiça também expediu 147 mandados de busca e apreensão. As buscas estão sendo realizadas nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais e Goiás, em dezenas de cidades diferentes.
Compõem a estrutura da organização criminosa 159 empresas, incluindo suas filiais, e 173 pessoas que já foram identificadas. As funções de cada um no grupo variam: há os “cabeças”, os “laranjas”, os “gerentes”, os servidores públicos, os “facilitadores” e os “taxistas”. As investigações foram iniciadas a partir de denúncias de um esquema de sonegação fiscal cometido por um grupo que atuaria na região há pelo menos quinze anos.
A PF apurou que nem as empresas, nem seus sócios, possuíam qualquer patrimônio em seu nome, indícios de que as pessoas que constavam do quadro societário destas empresas eram apenas “laranjas”, e que as empresas fiscalizadas foram constituídas com a única finalidade de sonegar tributos.
O prejuízo causado pela organização criminosa ultrapassa a soma de R$ 1 bilhão, em tributos e multas federais, estaduais e municipais que deixaram de ser recolhidos nos últimos anos e em créditos fictícios de ICMS que foram gerados mediante simulação de operações comerciais que não existiram de fato.
Fazem parte da organização criminosa mais de cem empresas. Para se ter uma idéia, apenas cinco destas empresas tiveram movimentação financeira, nos últimos cinco anos, de mais de R$ 2,2 bilhões, sem recolher um centavo sequer em tributos aos cofres públicos.
Das empresas criadas com o único propósito de emitir notas fiscais “frias”, destaca-se a Pereira & Pereira Comércio de Carnes e Derivados Ltda, que em quatro anos emitiu R$ 172 milhões em notas fiscais sem que tenha movimentado um só centavo em suas contas bancárias.
As informações são do portal Globo Online.
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E os pecuaristas comendo o pão que o diabo amassou nestes anos todos…lutando contra intempéries, contra incompetência de governo, impostos, aftosa, sem-terra, cartel de frigoríficos….já que estão fazendo uma devassa na contabilidade, poderiam aproveitar e dar uma olhada nas balanças deles também, pois com certeza acharão irregularidades… está na hora de moralizar.
Está na hora de colocar ladrões e bandidos na cadeia. Não sei se haverá lugar para todos…São tantos.
Nossa preocupação sempre foi com o diferencial de preços do boi gordo, na fazenda, e o preço do boi gordo vendido para o consumidor final. Não queremos condenar o intermediário pelo direito de ganhar o pão de cada dia, vendendo a carne que nós produzimos, com muita dificuldade e alto custo, por um preço que lhe dê um lucro razoável.
Quando se depara com notícias como essas, quando elementos de nossa sociedade, na ânsia de lucros exorbitantes, lança mão de atitudes escurias, sonegando impostos, isto contribui, a olhos vistos, para denegrir a imagem do produtor rural, mais precisamente, do pecuarista, como responsável pelo alto preço da carne no varejo.
É muito natural a luta do pecuarista por preços melhores, por um diferencial menor entre o preço do boi gordo na fazenda e na mesa do consumidor. Menor esse diferencial, maior seria o lucro do pecuarista e melhor seria a qualidade da carne colocada a disposição do consumidor. É louvável a atitude da PF, trabalhando para desbaratar essas quadrilhas que interferem no bom desempenho da atividade colocando como antagônicos produtores e consumidores.
Sem dúvida seria interessante uma auditoria nas balanças também. Não tem um pecuarista que não conte um caso de roubo sofrido nas balanças.
Agora! Esse aí que foi preso não é o único não! Sabemos que essa prática é usual!
Para que se moralize a cadeia produtiva, precisamos de uma reestruturação geral do setor. Por que não se vende o boi gordo com peso da balança da fazenda com uma tabela pré negociada de rendimento de carcaça?
O setor da cana está organizado e não existe mais grandes conflitos. Estudem o CONSECANA e vejam que podemos tirar ótimas idéias.
Demorou, mas acharam o fio da meada. Não dava para entender como eles cresciam tanto, mas além de impostos, seria muito interessante que o Ipem desse uma olhadinha nas balanças.
É preciso que a classe produtora se organize para melhor se defender dessas quadrilhas. Essa corja especializou-se em abrir unidades frigoríficas, conquistar a confiança dos criadores e, depois de algum tempo, sumir da noite para o dia, deixando o pecuarista a ver navios.
Infelizmente o setor pecuário (produtores) está na mão de grandes empresas frigoríficas, que manipulam os preços fazendo deles o melhor para o seu bolso. Se não bastasse isso, agora está uma “onda” de frigoríficos com seus próprios confinamentos e criatórios.
Para onde o pecuarista vai? Dar o boi de graça?
Como ganharam dinheiro fácil e muitos dos envolvidos estão ricos, a PF poderia deixar os bens deles indisponíveis.
Muito oportuna a colocação do Sr. Zigomar.
E com o enfraquecimento da pecuária, e conseqüente diminuição da oferta e aumento da demanda interna e externa, é natural se esperar uma forte reação nos preços pagos ao produtor, no médio prazo.
A sociedade deve ser bem esclarecida, sobre as conseqüências na pressão inflacionária, e até mesmo num eventual desabastecimento, tal qual, como ocorreu em 1986, no plano cruzado, ocasionando até mesmo confisco de bois gordos nos pastos.
O produtor não pode mais ser marginalizado, como no passado.
Que fique bem entendido, que o setor vem sendo penalizado há mais de uma década, sem as regras do livre mercado, onde os ganhos em eficiência e produtividade, não retornaram na forma de lucro, para a fazenda.
A sonegação de impostos causa sérios prejuízos ao país, e deve ser punida. Porém é urgente uma reforma tributária, pois além da altíssima carga tributária, ainda temos um governo que gasta mal o nosso dinheiro.
Ótima a sugestão do Sr. Roberto de Assis:Um “Consecana” bovino acabaria com as distorções e injustiças, traria um possível entendimento entre frigoríficos e pecuaristas e uma distribuição mais equilibrada dos lucros e perdas da cadeia da carne.
Realmente é hora de organizar a cadeia da carne, com relação as balanças dos frigoríficos é caso de Policia, estes dias vendi 80 novilhas de cruzamento industrial com 2 anos pesando 15@ pois rendeu somente 50%, quando qualquer vaca velha estando com meia carne rende isso.
Parabéns para o BeefPoint por esse espaço aperto para nos pecuaristas.
É, todo mundo já sabia que há décadas eles sempre agiram assim. Tanto é que alguns grupos mais sérios saíram do mercado da carne porque não conseguiam concorrer com esta prática desleal.
É através desta sonegação, que alguns os donos de frigoríficos conseguiram fazer seus impérios.
Mas uma pergunta para refletir: e as autoridades, os governos, os secretários de fazendas, os fiscais etc.? Cabe aqui uma sugestão aos governos, as autoridades, está na hora de passar o Brasil a limpo, de ter ética na política, moral, honestidade e responsabilidade.
Isentam tantos impostos de multinacionais, porque não colocar um imposto justo para um alimento nobre, saudável, como a carne. É isso que dá, o governo na sua ânsia desvairada para arrecadar, mais e mais impostos, e sabe-se lá o que faz com este dinheiro arrecadado; pois não temos estradas, segurança, saúde, educação e tantos outros itens de responsabilidade do governo.
Que tal um isentarmos a carne e seus derivados, ou pelo menos um imposto justo? Aceitável, pagável?
Pois é senhores, a hora é agora (quem sabe faz a hora, não espera acontecer) nossas instituições, nossas entidades bem que poderiam aproveitar deste momento de crise, e criar as regras claras, honestas onde os frigoríficos não precisariam sacrificar os agropecuaristas, mas sim, ou apenas, os bois.
Faço aqui um conclame a todos os Sindicatos Rurais, a todas Federações ABCZ, ACN e todas as outras entidades, para começarmos a escrever um novo capitulo da história do negócio agropecuário no Brasil.
Preço justo, Peso honesto, Menos impostos, Nada de sonegação etc. Quem quer fazer alguma coisa arruma um jeito, quem não quer arruma uma desculpa.
A sugestão do Sr. Roberto de Assis, poderia ser transformada em realidade prática, fazendo o abate de um animal representativo da média do gado. Daí poderia se avaliar o rendimento das carcaças, fazendo os ajustes para animais acima e abaixo da média. Este animal sacrificado poderia ser vendido a açougueiro ou utilizado para abastecimento da própria fazenda. Seria uma forma de minimizar o roubo que acontece nas pesagens dos frigoríficos.
Graças a Deus esta fiscalização chegou a algum lugar. Espero que melhore um pouco para nós, pecuaristas.
Será que um dia inventarão alguma forma de fiscalizarem as balanças?
Isso nos lava um pouco a alma, mas isso tudo aconteceu por sonegarem impostos, aí os meios competentes tomam providências rápido, mas se roubassem apenas dos pecuaristas, com certeza, o interesse não seria o mesmo.
E as vacas Nelore de mais de milhão de reais que são vendidas entre eles? Será que uma vaca Nelore vale mais que a fazenda ou parte da fazenda do vizinho? Com 1 milhão de reais, quantos bezerros eles poderiam comprar para usar no seu próprio negócio que é boi?
Deve ter muita coisa por trás disso!
Infelizmente sabemos que não é só naquela região que isso acontece.
Já era uma pratica freqüente em vários frigoríficos, principalmente os pequenos.
Como você vendia para o mesmo frigorífico ou para o mesmo “dono” e a nota mudava de razão a cada 6 meses?
Vamos dar um basta…
Este sistema foi montado na década de 60 e 70 do século passado que não atende à atual conjuntura. Pecuaristas precisam compreender melhor a cadeia produtiva da pecuária após a porteira da fazenda. O boi é produto multi matéria-prima e só pagam pela carne. Acorda pecuarista!
Sonegação de ICMS por 15 anos por um grupo não é nada em relação ao volume de recursos que está sendo coletado pelos frigoríficos nos últimos 25 anos e não recolhidos aos cofres do INSS. Estou falando do FUNRURAL.
Empresas frigorificas arrendam instalações dos próprios diretores, funcionam por algum tempo e fecham sem recolherem o FUNRURAL, outros não recolhem com base em recursos judiciais, mas descontam dos pecuaristas.
O BNDES financia estas empresas mesmo com dívidas no INSS. Hoje o BNDES – banco nacional de desenvolvimento social- esta financiando aquisições de frigoríficos na Argentina, no Uruguai empresas com pendencias junto ao INSS. Interessante ainda que estão agora financiando a produção de nosso concorrente mais importante no mercado. Sera que está certo tudo isto?
O poder financeiro e político da indústria da carne enriquecida com a transferência da riqueza do setor produtivo de uma maneira imoral e sem escrúpulo está dando poder de fogo para se espalhar como polvos: na fabricação de sabão, biodiesel, curtume, cosméticos, distribuição de água em Campo Grande, produção de alimentos congelados, elegendo senadores e suplentes, etc.
Isto tudo está acontecendo em menos de uma década.
Temos que fazer alguma coisa….
Natanael Cintra
Não suportamos mais a falta de competência para assuntos relacionados ao cartel. Louvável as prisões efetuadas, precisamos reaver nosso dinheiro, indisponibilizando no momento e leiloando o mais rápido possível, os bens destes criminosos.
No Brasil de proporções continentais a justiça mais parece uma tartaruga, velha, doente e cansada.
Quero expor também minha indignação quanto ao desconto de Notas Promissórias para pagamento da carne no valor a vista, o governo tem de se mover e criar mecanismos para proteger o pecuarista.
Nós, pecuaristas, temos de tomar consciência de que nosso produto morre, ao ser vendido para frigoríficos, porque o preço em qualquer lugar é dado e nogociado com 30 longos dias. Ficamos com uma NP a qual tem de ser muitas vezes descontada com o próprio frigorífico a juros altíssimos.
O governo tem que ir mais fundo nas investigações contra os grandes da indústria de carne, os produtores rurais que recebem muito pouco pelo valor da carcaça vendida e de brinde entregam gratuitamente todos os chamados “subprodutos” que são de grande valor comercial.
Estamos em desigualdade com as grandes corporações da carne que faz o pecuarista refém assim como os laticinios fizeram há muito tempo com os tiradores de leite.
Vamos lá, “acorda Brasil”.
Na Argentina, os pecuaristas suspenderam as vendas e o efeito foi imediato na valorização do nosso produto, só falta a nossa união para fazermos a força para mudarmos o rumo das negociações.
Prezados amigos produtores de gado de corte,
Estou há algum tempo fora do mercado pecuário, mas, não me animo muito com estas notícias, pois sempre fico esperando o que e a quem esta iniciativa irá favorecer ainda mais.
E com certeza não será aos pecuaristas. Quem sabe algum Grande Grupo de olho em uma região estratégica e de difícil acesso. Pensem.