O aumento de 3,9% na produção das lavouras e a evolução positiva de 6,4% nos preços médios reais dos produtos agrícolas entre janeiro e agosto deste ano resultaram num novo recorde de crescimento do setor. O PIB primário da agricultura cresceu 10,56% nos primeiros oito meses de 2002, segundo os Indicadores Rurais, divulgados ontem pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-USP).
O novo levantamento revela ainda uma recuperação da renda no segmento pecuário primário, com uma projeção de aumento de 0,89% no PIB do segmento para este ano. Em agosto, confirmando a tendência favorável registrada em julho depois de três meses em queda, houve uma expansão de 0,36% do PIB. Assim, a pecuária projeta um PIB de R$ 45,26 bilhões frente aos R$ 44,86 bilhões registrados em 2001. Como reflexo disso, o PIB da agropecuária brasileira cresceu 6,19% no acumulado entre janeiro e agosto. Os indicadores estimam que o PIB primário do setor rural engorde R$ 6,2 bilhões e salte dos R$ 99,40 bilhões do ano passado para R$ 105,56 bilhões em 2002. Em igual período de 2001, o PIB da agropecuária havia crescido apenas 0,39%.
Os bons resultados do segmento agrícola impulsionaram o crescimento global do agronegócio. De janeiro a agosto, o PIB do setor cresceu 4,03%, alcançando uma estimativa de R$ 358,86 bilhões para este ano. No mesmo período de 2001, o agronegócio registrava projeção de R$ 344,95 bilhões. “É um resultado espetacular que sinaliza um futuro promissor da agricultura do país e tem um efeito multiplicador de crescimento com impactos no encadeamento das atividades”, diz Getúlio Pernambuco, chefe do Departamento Econômico da CNA.
O setor industrial do agronegócio agropecuário, embora com registro de taxas menores entre os integrantes deste complexo, apresenta desde abril variações mensais com tendência crescente. Em agosto, a taxa de crescimento da indústria processadora de produtos agropecuários foi de 0,58%, atingindo 2,06% no acumulado de janeiro a agosto. A indústria processadora vegetal registra variação positiva de 2,37% no acumulado do ano e a indústria processadora animal acusa um padrão inverso, com taxas de crescimento negativas de maio a agosto, apresentando um crescimento de apenas 0,50% até agosto.
Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), adaptado por Equipe BeefPoint