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PIB do Agronegócio de SP: cálculos detalhados confirmam prevalência de serviços e indústria processadora no estado

Mesmo sendo um estado com alto grau de industrialização, São Paulo tem no agronegócio um setor bastante expressivo. O Cepea, com o apoio da Fiesp, estimou o PIB do setor em R$ 213 bilhões em 2013 ou cerca de 20% do PIB do agronegócio brasileiro. Por outro ângulo, o agronegócio paulista representa aproximadamente 15% do PIB total do estado.

Mesmo sendo um estado com alto grau de industrialização, São Paulo tem no agronegócio um setor bastante expressivo. O Cepea, com o apoio da Fiesp, estimou o PIB do setor em R$ 213 bilhões em 2013 ou cerca de 20% do PIB do agronegócio brasileiro. Por outro ângulo, o agronegócio paulista representa aproximadamente 15% do PIB total do estado.

O setor gera perto de 15% dos empregos formais da economia paulista. A maior parte desses empregos formais está na agroindústria (35%) e serviços (47%), ficando o segmento primário com 16%. Esses números não incluem o trabalho da mão de obra familiar, importante nas propriedades rurais menores.

O agronegócio de São Paulo possui características próprias decorrentes da sua liderança econômica. O PIB total do estado corresponde a um terço do PIB total brasileiro e seu PIB per capita é 50% maior do que a média nacional. A quase totalidade (96%) da população paulista mora em áreas urbanas. Sua infraestrutura logística é comparativamente bem desenvolvida (veja Nota explicativa 2 abaixo).

Dadas essas características de região, as vantagens comparativas fazem com que o estado de São Paulo tenha um agronegócio em que predominam os segmentos agroindustrial e de serviços, com 41,5% e 43% do PIB do setor, no ano de 2013.

O segmento da agropecuária (“dentro da porteira”) representa 9,5% do PIB do agronegócio de São Paulo. Isso significa que o agronegócio paulista processa e movimenta (via setor de serviços) volume significativo de matérias-primas originárias de fora do estado. Essas são processadas e consumidas internamente ou exportadas de volta para outros estados ou para o exterior.

O segmento de insumos para a agropecuária responde por apenas 6% do agronegócio, o que se deve, em boa parte, à sua elevada dependência de importações de matérias-primas nos casos dos agroquímicos. Atualmente, de acordo com dados do Cepea, fertilizantes representam 15% do PIB do segmento de insumos agropecuários em SP, enquanto os defensivos correspondem a 21% deste mesmo segmento. Outra parte significativa (21%) desse segmento são as máquinas e equipamentos agrícolas.

O PIB da agropecuária (“dentro da porteira”) paulista representa somente 5,4% do PIB desse segmento no Brasil como um todo. Já o PIB da agroindústria paulista representa quase 30% do PIB da agroindústria do País. O PIB do segmento de insumos agropecuários de SP representa 18% do equivalente nacional.

Entre as atividades agrícolas, o grande destaque vai para a produção de cana-de-açúcar, que utiliza perto de 60% da área plantada no estado.  O milho vem a seguir com 13%, e depois laranja e soja com 8% a 7% da área cada. A cana-de-açúcar lidera a geração de renda em atividades agrícolas, com 58%; entre os mais importantes, vêm a seguir a laranja, com 6% e, depois, a soja, o milho e a madeira em tora, com 5% cada. Do lado da pecuária, a composição da geração de renda é a seguinte: bovinos de corte (33%), aves de corte (22%), ovos (do que São Paulo é o maior produtor nacional, com 23%), leite (15%), suínos (4%) e pesca (2%).

A agroindústria de São Paulo (41,5% do PIB do agronegócio paulista) é liderada pelo ramo de base agrícola com 88,1% do PIB do segmento, ficando os restantes 11,9% com as de base animal. No conjunto (agrícola e animal), destacam-se a indústria sucroalcooleira com 24% do PIB agroindustrial, celulose e papel com 12,3%, bebidas com 12,4%, abates de animais e pescados com 5,5%, móveis de madeira com 5,6%, panificação com 4,6%, vestuário com 2,7%.  É interessante notar que o suco de laranja, procedente da segunda lavoura de maior renda (7%) na agropecuária paulista, representa apenas em torno de 3% do PIB agroindustrial do estado. Em termos de exportações, o açúcar gera em média divisas no montante de US$ 15 bilhões por ano, enquanto o suco de laranja traz em média US$ 2 bilhões.

O segmento de serviços tem o peso maior (43%) na composição do PIB do agronegócio paulista. Lembra-se que esse segmento assiste a todos os demais segmentos (insumo, produção de matérias-primas, agroindústria) e tende a acompanhar e, em muitos casos a alavancar, o desenvolvimento dos mesmos. Os destaques vão para, de um lado, as atividades comerciais e, de outro, as atividades financeiras, ambas com 20,5% do PIB do segmento.

No período de 2010 a 2013, após o auge da crise financeira mundial, o PIB do agronegócio paulista caiu em média 1,3% ao ano, comparado ao crescimento de 2,1% para o total do agronegócio brasileiro. Esse decréscimo do agronegócio paulista se deveu ao mau desempenho de importantes atividades primárias e também da agroindústria. No primeiro caso, destacaram-se por seu desempenho negativo a laranja (-22% ao ano), café (-12% aa), bovinocultura de corte (-5% aa) e suinocultura (-3% aa). Do lado dos insumos, caíram os PIB das máquinas agrícolas (-3,2% aa) e sal mineral (-6,1% aa).

Fonte: Cepea, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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