O agronegócio vem apresentando resultados bem acima da média nacional dos demais setores da economia nacional. Segundo avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o Produto Interno Bruto (PIB) global do agronegócio brasileiro cresceu 8,37%, em 2002, fechando o ano com R$ 424,32 bilhões.
A preços de 2002, este resultado reflete um ganho de R$ 32,79 bilhões sobre o resultado de 2001. Somente em dezembro, houve um crescimento de 1,42%. Com esta performance, o PIB do agronegócio passa a representar cerca de 29% do PIB brasileiro.
Na análise segmentada pelos grandes complexos, os indicadores mostram que, no período acumulado de janeiro a dezembro de 2002, o PIB do agronegócio da agricultura cresceu 10,21%. Em dezembro, o aumento foi de 1,7%. Em relação ao PIB do agronegócio da pecuária, os índices mostram crescimento de 0,78% em dezembro e 4,29% no período acumulado de janeiro a dezembro de 2002. Em igual período de 2000 e de 2001, o resultado do agronegócio global da agropecuária foi de apenas 0,09% e 1,85%, respectivamente. Os resultados dos seus grandes agregados foram de respectivamente -2,03% e 2,01%, para o agronegócio da agricultura e de 5,17% e 1,50% para o agronegócio da pecuária.
O PIB primário da pecuária acusou elevação de 0,74% em dezembro, atingindo no acumulado de janeiro a dezembro o índice de 4,24%. Esse resultado, embora inferior ao índice obtido pela lavoura, reverteu a tímida trajetória de crescimento da pecuária nos últimos tempos. Até o primeiro semestre de 2002, o setor registrou aumento de apenas 0,21% no PIB, sendo que, no acumulado de 2001, o resultado da pecuária foi de elevação de apenas 0,33%.
O aumento da oferta dos produtos pecuários no mercado mundial e a conseqüente queda de preços internacionais explicam em parte estes resultados. Com essa performance, o PIB da pecuária fecha 2002 em torno de R$ 53,07 bilhões. A nível nacional, os dados da CNA/Cepea-USP mostram um aumento no índice de quantum (quantidade produzida) de 5,33% para a pecuária e uma redução de 1,04% dos preços médios reais do setor.
Os indicadores dos insumos industriais utilizados pelo setor rural revelam taxas de variação altamente positivas. Para a agropecuária como um todo, o crescimento dos insumos foi da ordem de 14,18% no acumulado de 2002 e de 2,32% em dezembro. Esse índice ultrapassa a taxa acumulada registrada para o PIB primário da agropecuária em 2,69 pontos percentuais, revelando ganhos de participação do setor de insumos na composição do PIB do complexo do agronegócio brasileiro.
As taxas relativas aos insumos utilizados pela pecuária apresentam percentuais de 2,03% em dezembro e de 11,32% no acumulado do ano, acusando forte transferência de renda dos pecuaristas ao setor de insumos industriais.
O setor industrial de processamento dos produtos agropecuários apresenta resultado nitidamente inferior ao obtido pelos demais componentes do agronegócio. Mesmo assim, houve uma reação no decorrer do ano, culminando com a taxa de crescimento de 1,29% em dezembro. No acumulado do ano, o segmento atingiu um índice de crescimento de 5,40%, taxa bem acima da obtida pela média da indústria nacional, de 2,4%, no mesmo período, segundo dados de 2003 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esses resultados refletem o desempenho da indústria processadora vegetal, que registrou variação de 1,45% em dezembro e de 6,21% no acumulado do ano. Já o PIB da indústria processadora animal acusou variação de 0,43% em dezembro e crescimento de apenas 1,28% no acumulado do ano.
No segmento de distribuição, houve evolução positiva do PIB tanto para o complexo do agronegócio da agricultura como para o da pecuária, com taxas, respectivamente, de 1,63% e 0,50% no mês de dezembro e taxas de 9,10% e 3,24% no acumulado de 2002. A combinação desses resultados reflete no comportamento favorável do PIB do setor de serviços do agronegócio da agropecuária, com elevação de 1,28% em dezembro e de 7,22% no acumulado de 2002.
Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), adaptado por Equipe BeefPoint