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PIB do setor agropecuário cresceu 4,7%

O Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário fechou o ano de 2001 com R$ 99,40 bilhões, 4,73% a mais que o valor registrado em 2000 (R$ 94,91 bilhões). Os dados foram divulgados ontem pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Esse resultado é decorrente da soma do PIB alcançado na agricultura, que foi de R$ 54,54 bilhões em 2001 (8,65% a mais que o ano anterior), e do PIB da pecuária que chegou a R$ 44,86 bilhões (0,33% a mais que em 2000).

Segundo o chefe do Departamento Econômico da CNA, Vicente Nogueira Neto, esta é a primeira vez, depois de dois anos, que o segmento da pecuária deixa de liderar o resultado global do PIB da agropecuária.

O bom desempenho se deve ao aumento da safra agrícola de 2001 (98,55 milhões de toneladas de grãos, contra 83,25 milhões de toneladas em 2000), e à manutenção do aumento médio real de alguns preços agrícolas como os da soja, laranja e cana-de-açúcar. Segundo Nogueira, o ganho nesses preços refletiu a desvalorização do real em relação ao dólar.

De acordo com a CNA, o baixo desempenho da pecuária decorreu da queda acentuada do preço do leite, que atingiu 30% em algumas regiões do país, em especial a partir do segundo semestre do ano passado.

Os dados da CNA indicam que o PIB do agronegócio somou R$ 344,95 bilhões no acumulado em 2001, o que supera em 1,85% os R$ 338,67 bilhões de 2000. Numa análise isolada, os técnicos apontam que o agronegócio da agricultura aumentou 2,01% no ano passado, enquanto o agronegócio da pecuária cresceu 1,50% na comparação com 2000. O setor de insumos do agronegócio obteve crescimento de 4,16% em 2001. Na agricultura, os produtores pagaram preços 5,88% maiores e na pecuária, 1,55% a mais.

Evolução tímida

O faturamento do setor pecuário medido pelo Valor Bruto da Produção (VBP)) cresceu 1,5%. Fechou o ano em R$ 37,8 bilhões, contra os R$ 37,2 bilhões registrados em 2000. O faturamento da carne bovina aumentou só 2,6% e fechou em R$ 19,4 bilhões. A redução do abate na União Européia, por conta da doença da vaca louca, deu ao Brasil a oportunidade de conquistar novos mercados. As exportações cresceram 55,6% em volume.

Entre os produtos analisados no segmento da pecuária, apenas o suíno teve alta de preços. Com a valorização do produto, o VBP cresceu 6,7% no ano passado. Além do câmbio, a queda no valor do milho, base para a ração, também ajudou a melhorar a competitividade no mercado interno. A receita com as exportações teve alta de 112,83%.

Entre todos os subsetores, foi o frango que apresentou o maior crescimento em faturamento, com uma taxa de 6,1%, totalizando R$ 7,5 bilhões, contra os R$ 7 bilhões registrados no ano anterior. Aumentando a receita com as exportações em 59,31%. A queda de preços afetou a avicultura de corte, que perdeu 1,3% em faturamento.

O pior desempenho do setor agropecuário ficou por conta do leite, queda de 7,3% no VBP. O faturamento da pecuária leiteira encolheu de R$ 7,1 bilhões em 2000 para R$ 6,6 bilhões no ano passado. Na avaliação da CNA, o resultado do leite poderia ter sido pior não fossem medidas antidumping adotadas para a importação.

Fonte: Diário Catarinense, Correio do Povo/RS e Diário de Cuiabá, adaptado por Equipe BeefPoint

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