Em abate técnico realizado pela Aliança Mercadológica do Novilho Precoce em Guarapuava, PR, os animais ½ sangue e ¾ piemonteses chegaram à média de 60,83% de aproveitamento de carcaça com 15 meses. Outros produtos ½ sangue piemontês registraram um aproveitamento de 59,3%. O evento apresentou sua prova final no dia 25 de março . “Em nossa avaliação, os animais apresentaram o mesmo desempenho no ganho de peso e conversão alimentar se comparado com aqueles que já trabalhamos, porém, no rendimento de carcaça, eles tiveram boa vantagem sobre o outro grupo”, explicou o coordenador comercial da Aliança, Edio Sander. O lote usado como comparação teve um aproveitamento de 56,59% com o mesmo manejo.
Os produtos passaram pelo regime normal de engorda no empreendimento. De acordo com o criador Aluízio Fávaro Júnior, da Fazenda Araucária de Planaltina do Paraná, PR, que forneceu os bezerros para o trabalho, o resultado não é surpreendente, apenas comprova, na prática, as qualidades da raça. “Com esta produtividade, é um animal que diminui os custos e aumenta a receita, com certeza este é o objetivo de qualquer criador do cruzamento industrial”, afirmou.
No total foram testados 35 animais cruzados da Fazenda Araucária. Segundo Favaro, os animais chegaram no dia oito de agosto e passaram, na primeira semana, por um período de adaptação. “Nos próximos 10 dias os animais registraram um ganho de 1.227 gramas/dia, com pastagem de aveia, azevém e ração.” Seguindo o procedimento, os animais foram tratados em um regime de adaptação para o confinamento e nos três meses finais ficaram confinados com 10 quilos de silagem e cinco de ração, diários. Ao final, o peso vivo foi de 516 quilos.
Para o coordenador comercial da Aliança, no próximo mês de maio, a empresa comprará uma nova carga de animais para realizar outros testes. “Estaremos mudando a dieta trabalhada para superar alguns problemas que verificamos e assim, avaliar a viabilidade de investirmos no Piemontês”, afirmou Sander. Para Aluízio, que também fornecerá a nova remessa de animais, o novo investimento é um demonstrativo de que a raça mostrou seu potencial e pode trabalhar muito bem dentro dos padrões da empresa. “Se o resultado não fosse bom, não haveria interesse em novos animais. Ninguém investe em um negócio para perder dinheiro.”
Frigorífico
O empreendimento de Guarapuava é uma iniciativa inovadora que reúne 12 criadores da região desde setembro de 2000. No sistema de trabalho, os produtores terceirizam o serviço de um frigorífico e realizam a venda para 15 pontos comerciais da região. O trabalho, que iniciou com a venda em 6 açougues, hoje apresenta uma comercialização semanal de 50 a 60 animais por semana. Segundo Favaro, o que impressiona é o padrão de qualidade do trabalho feito pela empresa. “Para buscar os animais em minha propriedade o carregamento foi realizado pelo próprio pessoal da Aliança, assegurando o bom desempenho das atividades.” Sander afirma que o trabalho é feito em um padrão de qualidade que envolve todo o manejo. “Temos uma série de procedimentos desde o pré-abate, pós-abate, distribuição e venda, Além dos padrões da própria carcaça”, afirma o coordenador.
Fonte: Associação Brasileira dos Criadores de Piemontês, ABCP (por Flávia Tonin)