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Plantas da Marfrig compradas pela Minerva terão geração de valor maior com dólar alto

Um fator que tem passado quase despercebido aos olhos do mercado é que a alta do dólar amplia a geração de valor dos ativos da Marfrig que serão comprados pela Minerva, disse o CEO da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, em teleconferência com analistas nesta quinta-feira (8/8).

Isso porque, com mais unidades em operação, a Minerva – que já a maior exportadora de carne bovina da América do Sul – aumenta sua capacidade de embarque, em momento em que o câmbio torna a proteína mais competitiva no mercado internacional.

“A gente achou que teria capacidade grande de extrair valor nessa aquisição. Agora, com o dólar mais alto e o perfil exportador que a gente tem, não dá para estimar, mas se olharmos os vetores de geração de valor estão bem melhores do que quando fechamos o negócio”, afirmou Queiroz.

A aquisição de 16 unidades da Marfrig pela Minerva na América do Sul foi anunciada em agosto do ano passado, e segue em análise pelos órgãos antitruste. O prazo de resposta do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para os ativos no Brasil se encerra no fim do ano.

“A Minerva segue trabalhando no processo junto aos órgãos concorrenciais. Continuamos otimistas quanto à aprovação”, disse Queiroz.

O CFO da companhia, Edison Ticle, destacou que o balanço do segundo trimestre ainda não capturou totalmente o impacto da valorização do dólar sobre a rentabilidade das exportações da América do Sul.

“O câmbio se depreciou mais no final do [segundo] trimestre. Nossa expectativa é que a rentabilidade na ponta está muito melhor quando falamos em exportações”, acrescentou sobre a perspectiva para o terceiro trimestre.

Ticle lembrou ainda que os dois últimos trimestres do ano costumam ser os melhores para o setor.

Oferta e demanda

Diferentemente de algumas avaliações do mercado, que já enxergam sinais de retenção de fêmeas no Brasil, o CEO da Minerva acredita que ainda não há uma redução significativa nos abates.

“Enxergamos que o ciclo [de alta oferta] do Brasil se estende”, afirmou Queiroz, fator que contribui para as margens dos frigoríficos.

Em contrapartida, a percepção é de que ainda há abate de fêmeas nos EUA, o que vai refletir na produção de bezerros do país, e que também mantém aquecida a demanda americana por carne da América do Sul. O CEO acrescenta que a China tende a mostrar uma “força bastante relevante” na demanda.

Na Argentina, onde a Minerva tem unidades produtivas, a mudança de impostos de importação foi considerada uma boa notícia. “O ambiente da Argentina está gradualmente melhorando, vemos com bons olhos”, comentou.

Fonte: Globo Rural.

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