O plantio direto é uma alternativa de estabelecimento de pastagem para áreas onde anteriormente ocorreu a introdução de gramíneas para pastejo. Trata-se de uma alternativa para a troca de pastagens sem a necessidade do preparo de solo, seguindo o mesmo princípio do plantio direto de grãos.
O plantio direto é uma alternativa de estabelecimento de pastagem para áreas onde anteriormente ocorreu a introdução de gramíneas para pastejo. Trata-se de uma alternativa para a troca de pastagens sem a necessidade do preparo de solo, seguindo o mesmo princípio do plantio direto de grãos.
Este tipo de plantio adequa-se mais para as situações onde já se conseguiu explorar o potencial máximo de uma determinada forragem e, para se alcançar maior produção, será necessária a introdução de uma forragem mais produtiva. Exemplo: troca de uma Brachiaria por um Panicun.
As principais vantagens desta metodologia seriam: agilidade, menor necessidade de implementos (preparo de solo) e menor erodibilidade do solo durante o processo.
Para a realização deste tipo de plantio, com vistas à intensificação da pastagem, são necessários:
Desta forma, a seqüência de operações é a seguinte:
A adequação da massa de forragem é realizada através do pastejo, preferencialmente, ou de roçadoras, em último caso, a fim de possibilitar a melhor ação do herbicida que virá a seguir (Figura 01). A idéia é estimular o perfilhamento das plantas de forragem presentes, produzindo um número maior de folhas em relação aos talos, em especial em pastagem de Panicuns, situação na qual a planta forrageira estaria mais susceptível à ação de defensivos químicos; permitir o crescimento de pelo menos 30 cm seria o ideal neste caso, o que promoveria uma boa cobertura do solo.
O controle químico se dá através da aplicação de herbicida de contato ou sistêmico, ambos não seletivos, tais como os produtos à base de glifosato e paraquat, por exemplo (Figura 02). As dosagens irão variar de acordo com o tipo e o volume de plantas pré-existentes. No entanto, dosagens em torno de 4 a 5 litros do produto por hectare são as mais usuais.
O espaçamento entrelinhas ideal é de 20 a 30 cm. Este tipo de medida só é possível, porém, com o uso de semeadoras para sementes miúdas, comumente utilizadas para o plantio de aveia, azevém, trigo, centeio, etc., implemento incomum nas regiões onde domina a pecuária. Na falta deste implemento, pode-se apelar para uma semeadora de plantio direto de milho. Neste caso, o espaçamento deve ser de no máximo 40 cm entrelinhas (Figuras 05 e 06). Vale destacar que os melhores resultados são encontrados com espaçamentos de 20 a 30 cm.
Como o fósforo é um nutriente de suma importância para o crescimento inicial de plantas forrageiras, o uso de tal forma de semeadura fará com que a fonte fosfatada seja depositada próxima das sementes.
As fotos (01, 02, 03, 04, 05 e 06) deste artigo foram cedidas pelo Eng. Agr. Ricardo Goulart, Projeto Capim – ESALQ/USP.
34 Comments
Muito bom o artigo. Sugiro ressaltar em outra oportunidade a importância do uso de sementes de forrageiras de alta qualidade, isto é, com alto Valor Cultural (VC), pois ainda predomina a cultura de plantar “sementes” com baixa qualidade, contendo terra e outros componentes que podem disseminar pragas, em especial nematóides, doenças, em especial de solo, e sementes de plantas daninhas.
Caro Rodrigo,
Mais um artigo de grande relevância e qualidade.
Como você sabe as técnicas tradicionais de substituição de gramínea por panicum com tombamento e gradeação da terra não dão bons resultados a longo prazo com a volta da gramínea em 5 anos.
A experiência de plantio direto com tratamento de herbicida evita a volta da gramínea a longo prazo ou ainda é cedo para dizer?
Um abraço
Eduardo Miori
Olá Eduardo, muito prudente a sua pergunta.
Sim, realmente é muito cedo para se afirmar isso. Porém, devo dizer que o uso de herbicidas, quando bem empregado, aliado principalmente ao bom manejo da pastagem subseqüente dificilmente permitirá o retorno da gramínea anterior. Além disso, o plantio direto se adpata melhor para plantio de forragens sobre gramíneas decumbentes e estoloníferas, pois há dificuldades, mas não impossibilidade, em se realizar o plantio direto sobre plantas entouceiradas, como é o caso de plantas do Gênero Panicum.
Obrigado pela sua pergunta.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Caro Rodrigo
Sempre esclarecedores seus artigos.
No caso de alta a média infestação por invasoras lenhosas pode ser feito simultaneamente o combate com herbicida da forrageira e da invasora?
Abraços
José Luiz Pedreira
Olá José Luiz,
Sim, é possível realizar o combate em conjunto. Entretanto, o uso de plantio direto de pastagens perenes é mais interessante em situações onde o solo já está corrigido. Na grande maioria dos casos onde se apresenta a situação citada por você, ou seja, pastagens degradadas, o solo não possui um equilíbrio de nutrientes adequados.
O que quero dizer é que em muitos casos onde o processo de degradação é elevado não será possível apenas a calagem superficial, ou seja, será preciso o preparo do solo, para a incorporação do calcário.
Não há como fazer renovação da pastagem, com vistas a longo prazo de persistência da nova gramínea, sem a reposição de nutrientes do solo. Existem raras exceções, como por exemplo o plantio de forragens de baixa exigência sobre campo nativo, onde o uso será de baixa lotação (Pantanal). Nesta situações nem sempre a fertilização tem custo/benefício.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Olá, Rodrigo.
Gostei do seu artigo, e confesso que há tempos venho pensando numa operação semelhante, porém, não substituindo o capim, mas agregando leguminosa. Assim, consulto se as mesmas técnicas seriam indicadas para agregar leguminosas às pastagens de braquiárias (decumbens ou brizanta);
-se teria também de dessecar – dose menor para “atordoar” e não matar –
-e quais seriam as leguminosas mais interessantes (oeste de São Paulo e sul do MS), e por último,
-se na falta de uma plantadeira de plantio direto, e numa situação de solo bem úmido, será que na de plantio convencional de linha também seria possível?
Abraços,
Flávio.
Olá Flávio,
Sim, o plantio de leguminosas seria possível através do plantio direto de forrageiras, ou seja, o uso de herbicidas para modular o crescimento do capim, favorecendo o estabelecimento da leguminosa no pasto.
Para sua região o Estilosantes Campo Grande seria o mais indicado para o consórcio, desde que o manejo não esteja voltado para a alta lotação, pois nesta situação a competição seria desvantajosa para a leguminosa, obrigando futuramente uma nova semeadura desta forrageira.
Não acredito que o uso da plantadora convencional, mesmo nas condições citadas, obtenha a eficiência necessária. Talvez você tenha até problemas com a compactação do solo, pelo trânsito de máquinas em solo umedecido.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Caro Rodrigo,
Parabéns pelo artigo. Só evitar erosão durante a formação já justifica o sistema. Na Faz. Mundo Novo em Uberaba/MG, dessecamos área de gramão e plantamos B.Brizantha com equipamento de facão para escarificar e com a semente misturada ao adubo fosafatado neutro (Fosmag). Espaçamento 30 cm. Demorou um pouco, mas a troca de gramínea foi coroada de sucesso. Talvez devêssemos fazer uma cobertura de N para facilitar a decomposição do raizame do Paspalum. Hoje é um belo pasto de Marandú e não corremos o risco de erosão.
Cordial abraço.
Olá Fernando,
Aliado ao baixo custo, um dos grandes méritos do plantio direto de pastagens é, sem dúvida, a possibilidade de reduzir consideravelmente os efeitos da erosão. Em especial, se levarmos em conta a contribuição, evidentemente negativa, das áreas descobertas anualmente para a renovação de pastagens que temos em nosso país.
Concordo com a sugestão da adubação, pois toda implantação de pastagem merece uma adubação nitrogenada de cobertura, a fim de acelerar o seu estabelecimento inicial.
Muito obrigado pela contribuição.
Suadações,
Rodrigo Paniago
Olá Douglas,
Se for uma área com solo corrigido e fertilizado, o que imagino que seja, só vejo vantagens na economia de plantio, pois não haverá preparo de solo e gastos com corretivo e fertilizantes.
Abraço,
Rodrigo
Caro Rodrigo,
Uma área que foi soja e pretende-se voltar com pastagem o plantio direto daria certo? Dessecar o mato que sair e plantar, à lanço, a forrageira, incorporando depois?
Antonio de Almeida Prado
Olá Antônio,
sim, você pode dessecar, semear a lanço e posteriormente efetuar uma incorporação com grade niveladora. Mas, é um plantio de alto risco, pois a fermentação da massa dessecada pode influir sobre a germinação das sementes, devido ao contato direto com as mesmas.
Eu sugiro que você faça uma gradagem niveladora a fim de incorporar a massa (controle de invasoras), posteriormente se necessário uma nova gradagem niveladora, caso tenha ocorrido uma compactação da camada superficial por gotas de chuva, semeadura a lanço e compactação, com rolo compactador de sementes de pastagens.
Abraço,
Rodrigo
Caro Rodrigo,
Ótimo artigo, apresenta soluções com diminuição de ações nocivas ao solo.
Gostaria de saber como poderíamos substituir um pasto formado por buffel, bastante antigo, por Tifton 85, com utililização de irrigação(aspersão).
Há como realizar plantio direto com Estoloníferas?
Joaquim Magalhães
Resposta do autor:
Olá Joaquim,
Sim, você pode dessecar as plantas do capim Buffel e realizar o plantio através de covas ou sulcos. Isto na verdade não seria um plantio direto propriamente dito, muitos o chamam de cultivo mínimo.
Definições a parte, o importante é garantir a fertilidade do solo, pois o Tifton 85 é muito exigente em fertilidade.
O uso de irrigação seria muito conveniente, pois irá ajudar muito o crescimento das mudas.
Eu escolheria o plantio por covas, a fim de revolver o mínimo possível o solo, porém se a área for extensa, dificilmente você abrirá mão do plantio em sulcos.
Mas, tome cuidado. É importante que as plantas do Buffel estejam realmente mortas antes do plantio, a fim de diminuir a competividade com o Tifton 85.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Caro Rodrigo,
Parabéns pelo ótimo artigo, suas colocações são objetivas e oportunas (e todos os comentários também).
Perguntaria a você se tem conhecimento do equipamento para esta finalidade identificado como aero-solo. Fiz uso do mesmo em pastagem de 15/18 anos de braquiarão e bastante degradado (70% era gramão).
Para minha surpresa existia um banco de sementes do capim na área que me surprendeu muito. Somente com a adubação e 75 dias de vedação da área, obtive um resultado maravilhoso.
Na época deste serviço, não achei interessante aplicar o herbicida, pois os 30% existentes do capim seriam de grande validade. Estou certo nesta observação?
Penso em continuar a realizar tal prática, assim que possível.
Abraços.
Caro Alfredo Duarte da Conceição,
Infelizmente, não tenho experiência significativa com este equipamento para poder colaborar com você. No entanto, gostaria de comentar o seguinte.
Um pasto de 15 anos de Brachiaria brizantha cv Marandu é realmente antigo, visto que o mesmo foi lançada pela EMBRAPA em 1984, e, por isso, podemos concluir que o banco de sementes deva ser muito grande, como você mesmo relatou.
O que me surpreendeu foi o fato da alta infestação (70%) com gramão, o que nos leva a crer que se trata de uma área muito degradada.
Dito isso, devo salientar que você, a partir deste novo investimento na área, não descuide das correções de fertilidade do solo, pois o Braquiarão está entre as opções do gênero Brachiaria mais exigentes em fertilidade. Desta forma, se não houve uma adubação ou ao menos uma correção de solo no momento da recuperação desta área eu sugiro que você o faça em cobertura, a fim de evitar uma nova degradação da pastagem.
Vale destacar que o revolvimento do solo pelo equipamento citado acelera a decomposição da matéria orgânica, o que no início aumenta a disponibilidade de minerais para as plantas, mas a médio e longo prazo reduz o potencial de fertilidade do solo manejado.
Muito obrigado pela sua contribuição.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Srº Rodrigo, tenho uma situação diferente, a área aonde pretendo reformar usando o plantio direto, esta cheia de pragas, o pasto acabou, se for feito o plantio convencional estas pragas vão vir com mais força ainda.
O que você acha, daria certo?
Olá Bruno J. Galeazzi,
esta situação que você descreve não é a mesma para o qual é recomendada a tecnologia discutida neste artigo.
Numa situação onde não há pastagem, muito provavelmente será necessário um plantio convencional, ou seja, o uso de operações ligadas ao preparo de solo.
Quanto a reinfestação ser mais forte, tudo dependerá do tipo de plantas invasoras presentes na área e na forma como será empreendido o preparo de solo.
No entanto, existe ainda a possibilidade de se fazer a reforma através da integração lavoura e pecuária, uma outra forma de se baratear o controle algumas plantas invasoras agressivas e a fertilização do solo (reposição de nutrientes).
Não existem regras, é necessário se estudar cada caso de forma individualizada para se escolher a melhor forma de implantar uma nova pastagem.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Sr Rodrigo ,é possível depois de feita a dessecação fazer o semeio a lanço na area dessecada e em vez e passar uma grade niveladora , passar um rolo compactador para favorecer o contato da semente com o solo . Isto devido a dificuldades de implementos especificos aqui na minha região.Lembro que o solo esta corrigido.
Muito obrigado.
José Augusto Barros
Sr. Rodrigo, tenho uma propriedade no Paraná na região de Umuarama, onde o solo é areoso, esta área já foi colonião mas agora está degradada e somente com gramão (grama mato grosso), estou pesando em dessecar em junho ou julho e plantar lá para setembro.
Pergunto, no caso de plantio direto posso semear até que profundidade, pois as semeadeiras nestas áreas não copiam bem o solo, quero ainda semear uma leguminosa junto (super simples mombaça leguminosa), qual leguminosa me recomendaria.
caso não seja possivel semear de semeadeira posso utilizar uma plantadeira de soja com espaçamento maior? Devo utilizar mais sementes do que o recomendado? quanto? Devo utilizar sementes peletizadas ou comum?
Obrigado..
Gostaria de conversar com o amigo Eduardo Miori sobre o comentário. Se a troca de brachiaria por panicum for bem sucedida ou seja conseguir formar o pasto por panicum, independente do sistema de plantio, se foi direto ou convencional com o uso de arado e grade, a brachiaria ou qualquer outra planta só ira entrar se tiver erro de manejo na pastagem, o que não tem nada relacionado com o sistema de plantio, uma vez bem instalado o pasto só não é perene por erro de manejo.
Olá!!Gostaria de que por gentileza pudesse me tirar uma duvida!!pode-se plantar sementes de Mombaça,aveia e azevém juntas ou devo fazer separadamente!!aguardo e sou grata desde já!
Rodrigo, obrigado pela matéria muito interessante.
Em novembro de 2011, tive essa idéia de plantio direto na reforma de pastagem, tenho propriedade em Santa Rita do Pardo MS, regiao arenosa e que mesmo com curvas de nível tive muitos problemas com assoreamento de plantulas após chuvas pesadas antes de experimentar a idéia de plantio direto, uma vez que é um sucesso no cultivo de grãos.
Aqui é uma região de cerrado, muito comum a utiizacao de um subsolador com facas, fabricado pela empresa Ikeda, conhecido como mata broto. Alem de descompactar o solo elimina de uma forma eficaz as invasoras lenhosas e retarda o crescimento da graminea instalada.
Assim apliquei calcareo, passei o mata broto, que ajudou incorporar um pouco o calcareo descompactou o solo, matou as invasoras lenhosas, retardou o crescimento da gramínea instalada pelo movimento das raízes no solo, joguei sementes de brizantha MG 4 a lanco, incorporei com a niveladora fechada (infelizmente nao joguei o adubo por falta de chuva) fiz uma adubacao 2 meses apos a germinacao. Gostei muito do resultado e do custo, uma vez que o MATA BROTO fica quase o mesmo custo de uma gradagem convencional. Estarei fazendo o mesmo processo agora em outubro novembro de 2012.
Nada de erosão, nada de assoreamento, preservamos a matéria organica do solo, cobertura, biologia do solo e etc.
Acredito ser o caminho, cada regiao com suas particularidades, aqui é dificil a utilizacao de pulverizadores pela quantidae de árvores e arbustos, o que também atrapalha na utilizacao de plantadeiras.
Obrigado.
Ola Rodrigo.
Apos 60 dias da dessecaçao e suficiente para plantar o capim?não há risco de fermentaçao da palhada?.MG-5 quanto de sementes Kg/Ha VC 50% devo jogar?.
Olá Rodrigo, muito bom artigo!
Tenho uma área e quero semear braquiária e massai, com consórcio de sorgo. Como procedo a semeadura? a lanço ou em linhas? e para dessecar o mato existente (folhas largas) qual procedimento e qual herbicida é o mais indicado?
Grato pela atenção!
Luiz (Fazenda Porteira)
Olá José Augusto Barros
Sim, é possível, porém esta opção vai justamente contra a maior vantagem do plantio direto, que é a redução de operações e, principalmente, a preservação da estrutura original do solo. Caso venha a realizar tal operação o uso do rolo compactador após a gradagem é desnecessária.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Olá Dimas de Assis Ribeiro,
Como a pastagem está degradada, sugiro confirmar ser o solo está devidamente corrigido, livre de alumínio. Caso os teores dos demais nutrientes não estejam adequados, você poderá repô-los no momento do plantio. A semeadura de gramíneas deve ser, prioritariamente, rasa 1,5 – 3 cm. A leguminosa estilosantes Campo Grande é a opção para cultivo consorciado com pastagens que melhor vem apresentando resultados. Sim, é possível utilizar uma semeadora de sementes graúdas (milho/soja), neste caso você deve manter a quantidade ideal de sementes por hectare (≥5 kg sementes puras viáveis). As sementes podem ser peletizadas ou comum. Contudo, lembre-se que em espaçamentos maiores a pastagem levará mais tempo para ocupar adequadamente a área. Neste caso, você pode também fazer um pastejo de ajuste, ou seja, alta carga animal em pouco tempo (4 a 7 dias), a fim de estimular novos perfilhamentos e, depois em um novo período de veda, colocar os animais em definitivo.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Olá Kryssia Duraes
Muito provavelmente esta mistura não será efetiva, pois o capim Mombaça é muito mais agressivo e também de porte maior, o que naturalmente causará uma competição muito forte para as demais opções. Por outro lado, a data ideal de plantio do capim Mombaça é no início do período chuvoso, já as demais opções para o final, em geral, antes do início do inverno (seco na maiora das regiões produtoras). O normal, neste caso é implantar o capim Mombaça, cultura perene, e depois fazer uma sobressemeadura de azevém e aveia, culturas de ciclo anual, no final do período chuvoso, para que haja a oferta destas últimas no período seco, onde a oferta do capim Mombaça é limitada pela falta de chuva e menores temperaturas.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Olá Edson Dias
Como o solo precisa de correção por calcário, sugiro que você faça o plantio convencional do primeiro ano, ou seja, faça a calagem e depois a sua incorporação dom arado e/ou grade. Esta opção lhe garantirá uma melhor correção do solo e, consequentemente, melhor produtividade da soja. Outra opção, caso o seu fluxo de caixa assim o permita, você pode fazer o plantio convencional de capim (calagem mais incorporação) e só no segundo ano o plantio direto da soja.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Olá José Renato Sofia
Solos explorados com pecuária, exclusivamente, em sua maioria não tem compactação que venha causar decréscimo de produtividade em pastagens.
Qualquer revolvimento do solo provoca perdas de matéria orgânica e danos a micro fauna do solo, especialmente como uso de grade, independente de ser niveladora e usada com regulagem “fechada”. O que ocorreu no seu caso foi que você evitou a decomposição da massa de pastagem que estava sobre o solo, o que não é a mesma coisa que matéria orgânica do solo, que é composta exclusivamente por resíduos de plantas e animais decompostos.
Mais sobre matéria orgânica do solo: http://www.solos.esalq.usp.br/arquivos_aula/LSN_897%20AULAS%20ESTUDANTES%20MOS%20grupos%20funcionais-composicao.pdf
Realmente o equipamento utilizado por você realiza um bom controle de plantas invasoras e promove um estancamento, por assim dizer, da gramínea instalada ou até mesmo a morte, caso seja realizado em período seco do ano, porém existe sempre o risco do controle de plantas invasoras ser seletivo, isto é, você pode facilitar ou fortalecer a instalação de uma determinada planta invasora na sua área que seja tolerante ao manejo realizado, justamente pela redução da competição ocasionada pelas demais plantas.
O plantio direto só é recomendado para áreas onde não é preciso fazer a correção do solo abaixo da superfície, pelo visto não foi o seu caso, já que precisou realizar calagem.
Acredito que a grande vantagem do método utilizado foi no controle da erosão.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Olá Donizete,
Em geral, a dessecação é realizada de 20 a 30 dias antes do plantio, muitas vezes com intervalo menor, porém isto não é recomendado de forma generalizada, é necessário avaliar caso a caso. Fermentações ocorrerão somente quando ocorrer uma boa umidade do solo, neste caso as plântulas já estarão com bom vigor físico e terão uma boa tolerância rem relação à fermentação da biomassa sobre o solo.
O ideal é de 3 a 4 kg de sementes puras viáveis por hectare. Neste caso, você deve semear de 6 a 8 kg de sementes por hectare.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Rodrigo, gostei muito do seu artigo.
Estou adquirindo na região de Araçatuba/SP uma propriedade com pastagem somente de grama mato grosso, muito antinga, mais de 20 anos, e com muita praga (malícia). Não quero renovar com plantio de lavouras, porque a área é muito acidentada. Poderia utilizar o plantio direto? O plantio teria que ser em nível? Qual capim poderia dar um melhor resultado, brizanta ou panicum?
Olá Luiz Santos (Fazenda Porteira).
Não sei se o objetivo é misturar as sementes de braquiária com massai, caso seja essa a sua intenção, eu não recomendaria, pois são espécies de crescimento fisiológicos diferentes e você terá dificuldades em manejá-las de forma a aproveitar o melhor de cada uma. O ideal é escolher uma delas para plantar na área ou separá-las em áreas distintas, dividas por cerca.
O ideal, caso você não tenha uma semeadora onde você possa intercalar carrinhos de sementes graúdas e sementes miúdas, que você misture as sementes do capim com o adubo de plantio do sorgo e aprofunde a deposição da mistura no solo, de 8 a 10 cm abaixo do ponto de deposição das sementes de sorgo.
Para a dessecação da área, antes do plantio o ideal é utilizar herbicidas dessecantes, como o glifosto. Agora para a recomendação da dosagem e o tipo, só após uma avaliação da área feita por em eng. agrônomo.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Olá Cleyton Barbosa,
o ideal seria mesmo o plantio direto, por conta do relevo acidentado alertado por você. Contudo, somente uma amostragem de solo em profundidade poderá responder esta questão, isto é, você deve fazer amostragem de solo nas profundidades de 0 a 20 cm e 20 a 40 cm, se as análises laboratorias destas amostras mostrarem que será necessário a utilização de uma calagem, dificilmente você fará a introdução de uma nova gramínea de forma eficiente através do plantio direto. O que quero dizer que quando da necessidade da calagem é necessário o preparo do solo em profundiade, a fim de incorporar o calcário para que o solo possa ser fertilizado a contento, especialmente se for utilizar um gramínea do Gênero Panicum, que é miuito exigente.
Saudações,
Rodrigo Paniago
Olá Rodrigo, ótimo artigo, excelentes comentários, como sempre, ainda bem que existem pessoas como você para promover a extensão rural.
Estou pensando em implantar um pequeno piquete experimental de capim elefante paraíso sobre uma grama de quase 20 anos, a semente será introduzida em cova por matraca regulada, junto com o adubo fosfatado, e sem mexer com a grama, como o solo já estar apto para o plantio, acredito na maior competitividade do elefante para obter um sucesso que será medido a partir dos resultados futuros. O que você acha? Aceito palpites.
Só para complementar, a grama não responde a boa fertilidade do solo.
Olá Reginaldo de Araujo Santana,
levando em conta que não é necessário a correção da fertilidade do solo e que você fará a dessecação da grama através de herbicidas, acredito que você poderá proceder como informado. Sugiro apenas que você procure fazer as covas com espaçamentos pequenos, a fim de acelerar o estabelecimento do novo capim. Por exemplo de 50 x 50 cm para menos. Contudo, o que será complicado é a introdução da matraca no solo, já que o solo já se encontra formado com grama. Sugiro que neste caso você faça as covas com enxadão antes do uso da matraca. Vale lembrar, que as sementes devem ser semeadas com baixa profundidade, neste caso com no máximo 3 a 5 cm.
Abraço,
Rodrigo Paniago
Oi Rodrigo,
Excelente artigo. Pretendo plantar capim tanzânia em 1ha. Porém a área tem relevo e por isso fica difícil entrar trator para aradar. Mandei fazer análise do solo e não precisa fazer calagem. Apliquei glifosato nas ervas e num capim muito antigo e os mesmos (90%) queimou com o veneno. Dessa forma, posso plantar em sulco ou covas?? Numa parte tem algumas pedras; tem algum problema?? Como o tanzânia é exigente, posso plantar o capim elefante e utilizá-lo em pastejo rotacionado??
Prezado Rodrigo,
Utilizei o glifosato para dessecar uma área de b. Decumbens, há aproximadamente 60 dias, o capim está completamente seco, porem ainda com grande quantidade de massa, posso ainda assim realizar o plantio direto à lanço? Esta semente tem condição de atingir o solo e nascer?
Minha maior preocupação é no controle da semente da brachiaria remanescente.
Olá Diogo Melo,
para o plantio direto a inserção da semente abaixo da superfície do solo é premissa. O que você propõe é o que chamamos de sobressemeadura, que em geral é realizada sem o uso de dessecantes, ou seja, onde se pretende que a outra espécie continue na área como é o caso de sobressemeadura de aveia em pastagens como Tifton ou Braquiarão, por exemplo. Outro caso da sobressemeadura é do uso corriqueiro de Ruziziensis semeada sem incorporação em lavouras de soja, que por serem de ciclo anual logo perecem, não precisando ser erradicadas ou controladas com o uso de dessecante para a formação do capim sobressemeado.
Apesar de você conseguir erradicar a braquiária, através da dessecação, devido o volume de massa sobre o solo, que em geral é característico desta gramínea, você terá que fazer a incorporação das sementes do novo capim que escolheu. Eu sugiro que você utilize semeadoras de plantio direto, se for possível.
Abraço,
Rodrigo Paniago
Olá Welderson,
sim, você pode arar pastagem de Braquiária Decumbens e depois plantar Braquiarão. Contudo, deve se atentar que o Braquiarão é mais exigente em fertilidade do que a Decumbens, ou seja, é preciso adequar a fertilidade do solo para realizar esta troca de forrageiras.
Abraço,
Rodrigo Paniago