Toda a pressão política catarinense que está se armando contra o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para anular a portaria que libera a comercialização de carne com osso entre 14 estados, inclusive Santa Catarina, pode ser em vão.
O coordenador do setor de Vigilância Sanitária do ministério, Jamil Gomes de Souza, disse que a nova regulamentação, em vigor há 15 dias, não será modificada nem revogada.
Segundo o técnico, SC não tem por que ser preocupar com a origem da carne com osso de outras regiões, porque os estados inclusos nessa transação comercial vacinam seus rebanhos e possuem controle rigoroso da aftosa. “Foi realizada uma fiscalização sanitária nesses locais e comprovada a sanidade dos rebanhos. A doença pode ocorrer em qualquer local. Não é uma portaria que vai fazer que ela apareça no Estado. Santa Catarina deve manter o bom trabalho que está sendo realizado”, orientou.
Paraguai e Bolívia
O secretário estadual da Agricultura, Moacir Sopelsa, está preocupado com os focos de aftosa surgidos no mês passado no Paraguai e Bolívia. “O ministério não tem a dimensão do problema que pode ocorrer aqui se um gado infectado desses países entrar no Brasil”, disse.
Ele espera que haja um controle rigoroso nas fronteiras secas desses dois países, principalmente no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Outra preocupação do Estado é econômica. Sopelsa disse que a portaria vai aumentar a concorrência. O preço do boi vivo catarinense sofreu um deságio de 10% no final do mês para se adequar ao preço das outras regiões.
Para o consultor de defesa sanitária animal da Secretaria da Agricultura, Roni Barbosa, o risco de o vírus da aftosa entrar por meio da carne com osso é mínimo. “O produto passa por uma fiscalização rigorosa em todos os estados e também nas nossas divisas”, detalhou.
Fonte: Diário Catarinense (por Diego Rosa), adaptado por Equipe BeefPoint