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Porto Rico aguarda a chegada de carnes uruguaias

Atualmente a carne uruguaia não entra em Porto Rico. Por isso os importadores deste país aguardam com crescente expectativa um rápido cumprimento dos aspectos burocráticos que permitirão, em poucas semanas, que o mercado dos Estados Unidos – do qual a ilha é um estado associado e que, por essa razão, segue as mesmas regulamentações do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) – deixe entrar novamente o produto.

“Importamos principalmente cortes resfriados, e também outros para serem industrializados, para moer. Somos os maiores importadores de Porto Rico. Temos um firme interesse em manter as compras no Uruguai, que começamos e executar em meados dos anos noventa e que precisaram ser interrompidas devido à epidemia de febre aftosa que ocorreu em 2001”, disse o presidente da Packers Provision Co., de San Juan – ilha caribenha com mais de 3,8 milhões de habitantes, que é um destino turístico de importância -, Guillermo García Jr.

García Jr. Informou que, enquanto o mercado esteve habilitado, a empresa manejava entre 10 e 12 contêineres semanais de carne fresca uruguaia. “Um volume bastante importante. Cada contêiner transporta cerca de 1000 caixas, e cada caixa pesa 20,5 quilos, ou seja, estamos falando de quase 50 toneladas semanais que só nós importávamos em San Juan”.

“O mercado porto-riquenho é um mercado onde os consumidores preferem a carne produzida a partir de gado criado a pasto e, por isso, é uma tradição que devemos manter. É uma carne magra, com um sabor particular, que o consumidor de nosso país gosta”.

O importador disse que, além do Uruguai, outros países fornecedores importantes de carne para Porto Rico são Austrália e países da América Central. “A Austrália, com carnes de animais a pasto, está entrando em Porto Rico de forma muito competitiva, porque suas colocações no Japão e na Coréia, nos últimos anos, foram restringidas devido à doença da “vaca louca”.

Segundo ele, a Austrália diversifica bastante sua produção em diferentes mercados, balanceando suas colocações para poder vender sua carne nos níveis de preços que quer. “Entraram em Porto Rico a preços competitivos e com carne de boa qualidade”.

“Creio que, quando o Uruguai puder entrar, o que esperamos que seja em pouco tempo, não terá problemas de colocação. Já temos uma experiência em negócios, nos embarques, na qualidade do produto. Há também uma logística de fretes e também, por que não, a consideração de que somos todos latino-americanos e que, por esse lado, também haverá outra preferência. Nós vamos dar muita ênfase à carne uruguaia quando esta puder entrar, com publicidade, promoções e outros apoios”.

Quando a carne uruguaia pôde entrar pela primeira vez, “soube ganhar o consumidor”, disse García Jr. A qualidade, a embalagem, a segurança no fornecimento e o bom nível dos frigoríficos uruguaios “facilitaram a colocação e os preços foram competitivos”.

Ele também informou que sua empresa já está trabalhando na forma de distribuição de produto uruguaio, quando este voltar a ser importado por Porto Rico. “Nossa firma tem uma divisão de foodservice e outra dedicada ao varejo. Compramos a carne, podemos processá-la e entregar ao comércio, sejam supermercados, restaurantes, cafeterias das fábricas e até hospitais”.

“Em Porto Rico, temos a importação e a distribuição de cerca de 65% do total de carne comprada. A tradição é de alto consumo, no mesmo nível dos EUA com relação aos hambúrgueres, mas referente ao consumo de bistecas, carne guisada, carne à milanesa e cortes mais tradicionais, de elaboração caseira”.

“Nós oferecemos à nossa população, aos nossos clientes, um respaldo de publicidade que é imediatamente aceito pelos consumidores. Não somente compramos e distribuímos a carne. Também nos preocupamos em promover que tipo de produto é, como e onde é elaborado. O Uruguai, por suas características de produtor histórico de carnes obtidas a partir de pastagens naturais, é um fornecedor muito bom. E nós queremos fazer uma comercialização adequada para que exista uma preferência do consumidor e, assim, oferecer a eles um preço razoável para a carne uruguaia”.

Fonte: El Pais (por Javier Pastoriza), adaptado por Equipe BeefPoint

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