Mercados Futuros – 31/10/07
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Pouca oferta e preços no mercado interno valorizados sustentam cotações da arroba e proporcionam novas altas

Depois de atingir o recorde de preços nominais em 25 de outubro, segundo o Cepea, o indicador não para de subir. As altas consecutivas dos preços do boi gordo são atribuídas a pouca oferta de gado gordo aos frigoríficos de todas a regiões. No mercado atacadista da carne bovina as cotações também aumentaram essa semana, registrando os preços mais altos da série histórica do BeefPoint, que se inicia em 2002.A alta demanda do mercado interno e a oferta reduzida do produto é que tem proporcionado aumento nos preços da carne.

Depois de atingir o recorde de preços nominais em 25 de outubro, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o indicador não pára de subir. Nesta quarta-feira, o índice calculado pela Esalq foi cotado a R$ 66,73/@ à vista e R$ 67,47/@ a prazo. Na semana a valorização do indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi de 3,06%. As altas consecutivas dos preços do boi gordo são atribuídas a pouca oferta de gado gordo aos frigoríficos de todas a regiões.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e a prazo


Na reposição, a oferta reduzida também provocou aumento no preços do bezerro. O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista, foi cotado a R$ 469,14/cabeça, acumulando alta de 0,27% em relação ao dia 24/10/2007. A maior valorização do indicador de boi gordo causou melhora na relação de troca (boi gordo 16,5@ por bezerros), que teve aumento de 2,78%, chegando a 1:2,35, nesta quarta-feira.

Em todo o Brasil, a situação do mercado de reposição é semelhante, oferta reduzida e poucos negócios. O número pequeno de negociações efetivadas em algumas regiões, não ocorre porque não existem produtores precisando fazer reposição. Os compradores existem e isso tem causado altas no preços de todas as categorias de reposição.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x relação de troca


No mercado físico, a subida dos preços da arroba vem sendo sentida dia-a-dia na maioria das regiões do país. Com a diminuição do número de animais terminados em confinamento e a pouco volume de bois de pasto a oferta segue reduzida e os frigoríficos precisam aumentar os preços pagos ao produtor para conseguir comprar animais. Mesmo pagando mais pela arroba as escalas não se alongam e estão entre 4 e 5 dias de abates.

O BeefPoint recebeu muitos comentários de leitores que confirmam esta situação. “Realmente não existe boi gordo no Paraná! Os preços estão em ebulição, não tem como segurar e o mercado está vivendo de alguns lotes confinados. Os pastos não recuperaram da seca prolongada e mesmo com o início das chuvas a oferta de capim tende a normalizar-se somente em janeiro no noroeste do Paraná”, comenta Marcelo Boskovitz.

Segundo Eliézer Nishikawa Almeida, de Uberlândia, “os grandes frigoríficos da região, aqueles que trabalham com exportação, estão pagando o mesmo valor pela arroba do boi que os frigoríficos que só trabalham para atender o mercado interno”. Fato que evidencia a falta de animais no mercado e a o bom momento das vendas de carne no mercado interno. Envie também comentários sobre o mercado de sua região utilizando o box de cartas do leitor.

O Rio Grande do Sul continua com as cotações mais do país, R$ 2,30/ kg vivo (corresponde a uma arroba de R$ 69,00) na região central e norte do estado. Segundo colaboradores do BeefPoint no estado, mesmo trabalhando com grande ociosidade os frigoríficos estão pressionando o preços do boi gordo. As compras melhoram um pouco graças a retirada de gado de áreas que serão utilizadas para o plantio de grãos, mas o volume não deve ser grande o suficiente para forçar recuos maiores. No RS, o grande pressionador dos preços é a entrada de carne de outros estados.

Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 24/10/2007



Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

No mercado atacadista da carne bovina as cotações também aumentaram essa semana, registrando os preços mais altos da série histórica do BeefPoint, que se inicia em 2002.A alta demanda do mercado interno e a oferta reduzida do produto é que tem proporcionado melhora nos preços. Já que a oferta de boi gordo não deve aumentar nos próximos dias e é esperado aumento no consumo de carne, com a entrada do mês de novembro e o pagamento dos salários, os preços devem se manter firmes.

O traseiro é negociado a R$ 5,30, o dianteiro a R$ 3,30 e a ponta de agulha foi cotada a R$ 3,00. Com as altas registradas durante a semana o equivalente físico passou de R$ 61,62/@ para R$ 63,32/@, alta de 2,75%. O spread (diferença) entre indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e equivalente físico, está em R$ 3,42/@. Valor abaixo da média de 2007 que é de R$ 5,50/@. Esta diferença indica como está a margem bruta do frigorífico, vale lembrar que menor é o valor do spread maior é a margem bruta das indústrias.

Tabela 3. Cotações do atacado da carne bovina


Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico


O mercado futuro tem acompanhado as altas do mercado físico e sinaliza a esperança de novas altas no curto prazo. Os contratos para outubro/07, que encerrou ontem, tiveram variação de R$ 0,78 na semana, fechando a R$ 65,97/@, nesta quarta-feira. O próximo vencimento, novembro/07, fechou a R$ 68,22/@ (31/10), acumulando valorização de R$ 2,76, durante o mesmo período.

Gráfico 4. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 24/10/07 e 31/10/07

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