Nos últimos dias, temos escutado muitos comentários a respeito dos problemas enfrentados por frigoríficos e têm sido veiculadas na mídia diversas notícias de preços recordes da arroba do boi gordo, frigoríficos trabalhando com margens reduzidas, indústrias enfrentando dificuldades na compra de gado e anunciando demissões e diminuição na capacidade de abate. Podemos considerar isso como um reflexo de anos de baixa rentabilidade da pecuária e grande abate de matrizes.
Nos últimos dias, temos escutado muitos comentários a respeito dos problemas enfrentados por frigoríficos e têm sido veiculadas na mídia diversas notícias de preços recordes da arroba do boi gordo, indústrias enfrentando dificuldades na compra de gado, frigoríficos trabalhando com margens reduzidas e anunciando demissões e diminuição na capacidade de abate.
Realmente, devido a pouca oferta de animais para abate e o aumento da demanda por carne – tanto interna quanto externa -, esses fatos estão acontecendo e o mercado vem desenhando um cenário atípico para esta época do ano, preços altos e abates reduzidos durante a safra. Agravando ainda mais a situação dos frigoríficos temos a restrição a exportação de carne bovina in natura imposta pela União Européia, mercado que a carne brasileira é bastante valorizada.
Podemos considerar isso como um reflexo de anos de baixa rentabilidade da pecuária e grande abate de matrizes. O BeefPoint publicou alguns artigos que tratam deste assunto, recomendamos a leitura dos três artigos abaixo para entender melhor os motivos da situação atual.
A equação não fecha [Carlos Arthur Ortenblad]
As fatias do bolo [Oberdan Pandolfi Ermita]
Enquanto isso… [Carlos Arthur Ortenblad]
Equipe BeefPoint
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Além dos já conhecidos motivos para a pouca oferta nessa safra como o abate de matrizes e a redução nos investimentos dos criadores, creio que um dos agravantes desta situação foi o aumento dos confinamentos no ano passado. O boi que falta hoje morreu em outubro/07.
Equação fechada
O trabalho exaustivo elaborado por Carlos Arthur Ortenblad apresenta ¨A equação não fecha¨, tudo exposto com dados, mostra comparações contraditórias como as a seguir:¨
Mesmo havendo abate excessivo de fêmeas e transferências de áreas de pastagem para lavouras atuais preços pago no abate são inferiores os obtidos 2004 em relação a 2002. Com agravante dos custos de produção se elevarem exponencialmente.
Esse quadro emitido no passado, continua presente, nos leva crer que o abate de matrizes foi correto e que não deva ser aumentado em 2008, para os preços de hoje não volte aos praticados há seis meses atrás.
Quanto ao descompasso entre a valorização maior dos animais jovens em relação aos bois para abate, pode ser solucionado pela diminuição da reposição, no caso de uma diminuição de 5%, na prática o pecuarista deve protelar a compra em dois meses nos casos que a reposição anual for de 30% do plantel ou, de um mês em que a reposição necessária se situe em 60%. Com essa política haverá uma diminuição média anual na propriedade em 5%.
Esse procedimento também retardará a oferta de bois terminados para abate, com isso, os preços ficarão mais eqüitativos entre recria e terminação, evitando desequilíbrio mercadológico, sem prejudicar o abastecimento e garantir retorno econômico a todas as categorias da bovinocultura.
Ampliar a população bovina brasileira no momento é um retrocesso, é querer voltar à crise, o que necessitamos é Equação fechada .