Mercados Futuros – 02/08/07
2 de agosto de 2007
Boi gordo fecha mais uma semana com preços firmes
6 de agosto de 2007

Pouco boi dificulta negociações e preços seguem firmes

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista continua subindo, nesta quinta-feira o índice do Cepea foi cotado a R$ 63,44/@, alta de R$ 0,13. Na BM&F, o próximo vencimento, agosto/07, fechou a R$ 64,00/@, alta de R$ 0,16, com 3.157 contratos negociados e 12.405 contratos em aberto. No mercado físico, a escassez de gado continua mantendo os preços firmes em todo país. No Mato Grosso já são dois os frigoríficos que anunciaram férias coletivas. No Mato Grosso do Sul, o Friboi de Campo Grande também vai paralisar seus abates e segundo informantes do BeefPoint, muitos frigoríficos estão abatendo em dias alternados devido a falta de boi para completar as escalas.

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista continua subindo, nesta quinta-feira o índice do Cepea foi cotado a R$ 63,44/@, alta de R$ 0,13. Na BM&F, o próximo vencimento, agosto/07, fechou a R$ 64,00/@, alta de R$ 0,16, com 3.157 contratos negociados e 12.405 contratos em aberto. Setembro/07 teve queda de R$0,01, fechando a R$ 63,90/@ e os contratos com vencimentos para outubro/07 fecharam a R$ 63,77/@ (+ R$ 0,06), com 2.139 contratos negociados e 27.069 contratos em aberto.

Tabela 1. Fechamento do mercado futuro em 02/08/2007


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x contratos futuros para agosto/07


No mercado físico, a escassez de gado continua mantendo os preços firmes em todo país. No Mato Grosso já são dois os frigoríficos que anunciaram férias coletivas. No Mato Grosso do Sul, o Friboi de Campo Grande também vai paralisar seus abates e segundo informantes do BeefPoint, muitos frigoríficos estão abatendo em dias alternados devido a falta de boi para completar as escalas.

Alta de R$ 1,00 na cotações em Araputanga/MT(R$ 59,00/@), Rondonópolis/MT (R$ 60,00), Goiânia/GO (R$ 61,00/@), sul de Goiás (R$ 61,00/@) e Ponta Grossa/PR (61,00/@). No norte de Minas a alta foi R$ 1,50, com a arroba cotada a R$ 63,50, de acordo com a Associaçõa dos Criadores de Gado de Corte do Norte de Minas. Ocorreram recuos de de R$ 1,00 em Mozarlândia/GO (R$ 59,00/@) e de R$ 1,50 em Feira de Santana/BA (R$ 54,00/@) e Salvador (R$ 55,00/@).

Segundo o leitor do BeefPoint, Francisco José de Siqueira Rodrigues de Tupaciguara/MG no Triângulo Mineiro já ocorrem negócios de até R$ 62,00/@. No Tocantins, em Araguaçu, a arroba da vaca vale R$ 50,00, de acordo do com o leitor Ricardo Queiroz de Almeida.

Tabela 2. Resumo das cotações do mercado físico do boi gordo em 02/08/2007


Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

Na reposição o indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 446,96/cabeça, alta de R$ 0,90, ficando a relação de troca em 1:2,34.

André Camargo, Equipe BeefPoint.

Como está o mercado de reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados?

Por favor utilize o box de “cartas do leitor”, abaixo.

0 Comments

  1. Julio M. Tatsch disse:

    Informo que no município de Caçapava do Sul-RS, responsável pelo sexto maior volume destinado para abate de bovinos do estado, houve uma redução nos volumes de 55% no mês de Julho, 65% no mês de Junho e de 30% no primeiro semestre de 2007, quando comparado aos mesmos períodos de 2006, segundo dados da inspetoria veterinária local, baseadas nas emissões de GTAs. Portanto nos últimos dois meses está sendo destinado ao abate menos da metade do ano passado, tais volumes de bovinos somente encontram paralelo em 2003.

    Também informo que poucas vezes nos 22 anos trabalhando com pecuária no RS, vi um inverno tão rigoroso. As pastagens de inverno estão pouco desenvolvidas (baixa disponibilidade de massa verde), pelo excesso de chuvas no mês de junho e pelas baixas temperaturas, com geadas freqüentes desde então. Como adicional os confinamentos no RS, são uma exceção, graças ao grau de descapitalização e descrédito dos pecuaristas na atividade, motivado pelos anos de prejuízo impostos pelos frigoríficos locais.

    Portanto a falta de bovinos prontos para o abate é um resultado lógico. A impressão que nos passa é que Agosto será o mês mais crítico em termos de oferta. Logo chega a ser ridículo a atitude “orquestrada” dos grandes frigoríficos gaúchos de propor redução nos preços do boi gordo (alguns pequenos e médios frigoríficos seguem pagando de R$2,50 á R$2,60 por kg vivo para lotes com bom acabamento). Creio que estão utilizando a velha estratégia de baixar o preço (mesmo faltando mercadoria), baseado na lógica que o normal dos pecuaristas é se desesperarem na primeira baixa “imposta” ou vendida como situação de mercado pelo frigoríficos. Esta lógica me foi passada no início de minha atividade profissional por um comissionado, e durante os últimos anos percebi ser verdadeira! A grande diferença atual é a real falta de oferta no RS e no Brasil somada a redução da população bovina a nível de Brasil.

    Percebo com tristeza a manutenção das atitudes predatórias das administrações dos grandes frigoríficos para com os pecuaristas, no sentido de baixar os preços, tentando inviabilizar o retorno aos preços corrigidos do passado e a recuperação dos prejuízos impostos, nas vendas abaixo dos custos de produção, que resultaram na transferência de parte do patrimônio dos pecuaristas para os frigoríficos.

    Os grandes frigoríficos evoluíram, estão abrindo o capital, implementando melhorias no seu operacional e nos produtos ofertados, porém no relacionamento com seus fornecedores continuam com os velhos hábitos do passado (baixando preços mesmo com a falta de oferta, dando férias coletivas, terrorismos os mais diversos, atuando na bolsa para “incutir” sua previsão de preços futuros,…) em uma clara demonstração de atraso.

    Sendo o maior fornecedor mundial de carne, portanto o formador do preço, será que um dia a cadeia sentará a mesa para discutir os preços onde todos os elos tenham margens de lucros equilibradas e compatíveis com seus riscos?

    Lembro aos colegas, participem e cobrem esta posição de suas lideranças, nossa acomodação e delegação de tarefas a incompetentes ou alguns muito competentes apenas no usufruir dos benefícios do cargo, sem dúvida contribuíram para a situação que chegamos.

    Plagiando, a melhor maneira de traçarmos nosso destino é ajudando a escreve-lo.

    Julio Tatsch – Agropecuarista no RS

  2. José Leonardo Montes disse:

    Concordo com nosso colega do sul, pois em minha região não estamos longe disto o sudoeste goiano foi praticamente ocupado por várias usinas e grandes áreas de pastagens foram transformadas em lavoura de cana, com isso a oferta ficou reduzida, e praticamente hoje não temos o mesmo mercado de 2 anos atrás.

    Porém se continuarmos com a mesma filosofia de as indústrias combaterem os preços para os pecuaristas e continuarem a exportar com ganhos exagerados e não repassando ao produtor pode ter certeza vai ser difícil fazer escala com tantas unidades frigoríficas na região.

    Tenho pregado essa dinâmica a tempo e vejo que cada dia que passa só vemos notícia de carteis e monopólio por parte de algumas indústrias, sendo o pecuarista sufocado pelo mercado e não conseguindo se manter indo para outras áreas no agronegócio.