A decisão do governo brasileiro de liberar a importação de carne bovina do Paraguai e a entrada de animais para reprodução não foi bem recebida pelos pecuaristas da região de Maringá (PR).
A importação estava suspensa desde julho de 2003 por causa da ocorrência de foco de febre aftosa próximo à fronteira do Paraguai com a Argentina e a Bolívia. Segundo o Mapa, a proibição foi derrubada porque o país vizinho foi considerado área livre de febre aftosa com vacinação pela OIE.
O argumento, porém, não foi suficiente para tranqüilizar os produtores. “A liberação da importação é altamente temerosa e preocupante. Até pouco tempo atrás, tinha foco de aftosa lá. Isso pode colocar em risco todo o trabalho que a gente fez até agora aqui no Paraná”, afirmou Otávio Chaves, pecuarista e conselheiro da Sociedade Rural de Maringá (SRM).
O fim da suspensão também preocupa os técnicos da Emater. De acordo com Juscival Pereira de Sá, somente os animais com certificação do órgão de fiscalização sanitária do Paraguai poderão entrar no Brasil, mas o risco existe porque a fronteira é muito extensa e nem todas as propriedades são fiscalizadas. “A fiscalização lá está mais rigorosa, mas mesmo assim a gente fica um pouco apreensivo”, afirmou Pereira.
O risco de contaminação não é a única preocupação. Segundo o conselheiro da SRM, hoje, a carne paraguaia chegaria ao Brasil custando cerca de R$ 42 a arroba, enquanto que aqui a cotação gira em torno de R$ 50, o que aumentaria a concorrência em um momento em que os pecuaristas enfrentam queda nos preços. “O governo deveria incentivar a exportação e não a importação e fomentar o aumento do consumo interno”, defendeu Chaves.
Fonte: Diário de Maringá/ PR (por Fabrício Azambuja), adaptado por Equipe BeefPoint
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Inacreditável!!!!!!!!!!