Pela terceira vez, em oito dias, o Mapa está recolhendo material dos animais suspeitos de terem contraído febre aftosa no Paraná. Os dois exames feitos anteriormente não foram conclusivos, admitiu o superintendente do ministério no Paraná, Valmir Kowaleski. O material foi enviado sexta-feira para o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), em Belém do Pará, para que sejam feitos mais exames.
O material enviado por duas vezes não foi suficiente para isolar o vírus e obter a confirmação de que se trata efetivamente de um foco de aftosa. O ministério espera que o resultado desses exames seja divulgado até o fim desta semana. No Mato Grosso do Sul, onde foi confirmado o surto da febre aftosa, passaram-se cinco dias entre a data que foi enviado material para análise e a confirmação do foco da doença.
Para Kowaleski, não há motivo para gerar insegurança em relação à demora na divulgação do resultado dos exames. Segundo ele, é necessário tempo para que os técnicos apresentem um diagnóstico bem realizado. Ele admitiu que as duas metodologias utilizadas anteriormente, como os exames de sorologia e o Probang, podem apresentar falhas. ”É claro que estamos torcendo para que os animais não tenham a doença, mas é melhor pecar por excesso de precaução do que pecar por negligência”, afirmou.
Segundo um técnico da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, o material recolhido das lesões apresentadas pelos animais suspeitos não foi suficientes porque as aftas eram muito pequenas na cavidade bucal.
A pedido de Kowaleski, o Mapa em Brasília enviou dois especialistas ao Paraná para reforçar a equipe do Departamento de Saúde Animal no Estado, responsável pela coleta do material. Um dos técnicos é especialista em exames laboratoriais e o outro, em administrar regiões com suspeitas de foco. ”Eles vão auxiliar nossa equipe técnica”, afirmou Kowaleski.
Eles colheram sangue para novos exames de sorologia e células raspadas da traquéia e do esôfago em outros animais e em outras localidades. Kowaleski defendeu a necessidade de refazer os exames como contraprova ao que vem sendo feito, ”como medida de segurança”, frisou.
De acordo com o superintendente do ministério, a sintomatologia clínica apresentada pelos animais suspeitos, aliada à procedência – eles vieram da zona do foco de febre aftosa em Eldorado, no Mato Grosso do Sul – aponta para a circulação do vírus da doença no Paraná. Ele admite, porém, que os animais podem apresentar sintomas semelhantes ao contraírem a estomatite vesicular ou rinotraqueíte infecciosa. Nos dois casos, os animais apresentam aftas na boca e estado febril.
Fonte: Folha de Londrina/PR (por Vânia Casado), adaptado por Equipe BeefPoint