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PR: pecuaristas buscam formas de lucrar mais

Com o objetivo de melhorar a remuneração para os investimentos em tecnologia, desde a melhoria genética, nutrição, sanidade até a rastreabilidade do rebanho de gado de corte, pecuaristas paranaenses têm buscado alternativas no mercado. Com sucesso, a primeira delas foi a criação da Aliança Mercadológica do Novilho Precoce, em Guarapuava, há cinco anos, quando um grupo de produtores arrendou um frigorífico e passou a vender carne diretamente aos clientes, o que assegurou ganhos acima do preço praticado no mercado.

“Isso nos garante bonificação de 5,5% sobre o preço do boi praticado no mercado e de 1,5% para a arroba da novilha, que recebe o mesmo valor pago para a carne de boi, enquanto no mercado tradicional ela é cotada com deságio de até 15% em relação à carne do macho”, relata o coordenador da Aliança de Guarapuava, Édio Sander.

O sucesso da iniciativa foi tanto que deu origem a outras cinco alianças no estado: Paranavaí, Maringá, Pato Branco, Cascavel e União da Vitória.

Mas se as alianças mercadológicas têm contribuído para livrar o setor das amarras impostas pelos frigoríficos, os pecuaristas querem mais, querem deixar de ser fornecedores de bois para a indústria e serem reconhecidos como produtores de carne, como defende o pecuarista José Antonio Fontes, de Londrina. A saída para isso, segundo ele, é o pecuarista se unir, buscando o fortalecimento do setor e assim conseguir melhorar a margem de ganho da atividade.

“Isso passa pela criação de alianças e também pela união dos pecuaristas em cooperativas, o que proporciona a possibilidade de ter o nosso frigorífico que irá abater os nossos animais, como está para ocorrer em Rolândia. Isso representa um salto na profissionalização da atividade porque, se somos competentes no processo da criação até a engorda dentro da propriedade, temos de ser fora dela também. O que se traduz em ganhos melhores para nós”, afirma.

Fontes explica que o pecuarista perderá a atual sensação de estar sendo sempre enganado na hora de entregar o boi para o abate. “Só existe a balança do frigorífico e nós recebemos o que dizem que o produto pesou, enquanto no Uruguai existe a balança do produtor, chamada de caixa preta, na entrada dos frigoríficos, o que dá garantia de fidelidade na operação de compra e venda”, exemplifica.

Além disso, o pecuarista londrinense diz que, com frigorífico próprio, por meio de uma cooperativa de produtores, o setor garante a remuneração por todos os produtos do boi, como couro, osso, traquéia e outros subprodutos. “Ora, nós entregamos o animal inteiro e só recebemos, e muito mal, pela carne”, reclama, lembrando, por exemplo, que um couro vale US$ 40 no mercado.

Fonte: Gazeta do Povo/PR (por Silvio Oricolli), adaptado por Equipe BeefPoint

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