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PR: produtores não acreditam em risco zero de Aftosa

O Paraná fez um pedido ao Ministério da Agricultura para tornar-se área livre da febre aftosa sem vacinação e aguarda o resultado, possivelmente, para o segundo semestre deste ano. A grande dúvida do setor produtivo é se haverá segurança caso ocorra um novo foco da doença. A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) informou que o Estado está tecnicamente preparado para atender casos suspeitos ou confirmados, no menor tempo possível. Por outro lado, representantes dos produtores acreditam que não existe risco zero e que a vigilância deve ser constante.

O Paraná fez um pedido ao Ministério da Agricultura para tornar-se área livre da febre aftosa sem vacinação e aguarda o resultado, possivelmente, para o segundo semestre deste ano. A grande dúvida do setor produtivo é se haverá segurança caso ocorra um novo foco da doença.

A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) informou que o Estado está tecnicamente preparado para atender casos suspeitos ou confirmados, no menor tempo possível.

Por outro lado, representantes dos produtores acreditam que não existe risco zero e que a vigilância deve ser constante. A recuperação econômica não é tão automática assim. Santa Catarina que recebeu o reconhecimento internacional de área sem vacinação desde 2007, ainda não conseguiu voltar aos mesmos volumes de exportação anteriores a 2005, quando surgiram os focos da doença no Mato Grosso do Sul.

Depois que o Paraná conseguir o reconhecimento nacional ainda precisará esperar um ano para fazer a solicitação para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O chefe da divisão de sanidade animal da Seab, Marco Antonio Teixeira Pinto, disse que o País está vivendo uma situação favorável porque não há circulação viral no Brasil. E ainda os Estados que têm influência para o Paraná como São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são área livre com vacinação.

No Mato Grosso do Sul e no Paraguai há uma zona de alta vigilância que estende-se 15 quilômetros depois das fronteiras. Na outra entrada para o Brasil há o lago de Itaipu que, de certa forma, faz uma barreira natural.

Hoje há 31 postos de fiscalização em fronteiras e divisas do Estado que devem ser ampliados em mais dois. São 122 médicos veterinários que vão cuidar só de trânsito animal e o quadro será ampliado em mais 43 profissionais. Além disso, serão mais 110 auxiliares administrativos para a área de defesa animal. O Estado ainda conta com postos de fiscalização inclusive com fiscais volantes.

Teixeira Pinto explica que, mesmo com o fim da vacinação, os produtores terão que declarar o número de animais a cada semestre. ´´O Paraná está seguro, mas o importante é o criador cuidar do próprio patrimônio´´, disse.

´´Não existe risco zero. O que há é uma estrutura pronta para proteger o Paraná e resolver qualquer problema caso ocorra. A lição de casa foi feita. Agora, estamos indo para a prova´´, disse o médico veterinário do departamento técnico-econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Fabricio Monteiro.

Ele lembrou que o Estado conta ainda com o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Paraná (Fundepec) que já foi usado em 2005 quando ocorreram os focos no Estado. Hoje, há cerca de R$ 20 milhões em caixa para ser utilizado em caso de qualquer emergência. ´´Temos estrutura e produtores comprometidos com 98% de índice de vacinação e um fundo indenizatório´´, destacou.

O superintendente adjunto da Ocepar, Nelson Costa, acredita que o Estado não terá problemas ao retirar a vacinação. Ele lembrou que há uma barreira boa na fronteira com Santa Catarina, no Leste existe o Rio Paraná e no Norte e Noroeste São Paulo e Mato Grosso do Sul também são área livre com vacinação e, segundo ele, há um trabalho integrado entre os Estados. ´´Estamos seguros em relação às fronteiras´´, disse.

A matéria é de Andréa Bertoldi, publicada na Folha de Londrina, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Humberto de Freitas Tavares disse:

    O fundo indenizatório cobre o valor de gado de elite que tenha que ser sacrificado?

    O recebimento é rápido?

    Existem rebanhos silvestres de veados e catetos no Paraná?

    Claro que, nas palavras superintendente adjunto da Ocepar, Nelson Costa, “o Estado não terá problemas ao retirar a vacinação”.

    Quem terá serão os pecuaristas.

  2. cezar rodrigo barbosa disse:

    Sera que isto e um bom negocio para o parana?

  3. Rodrigo Belintani Swain disse:

    Com propriedade no parana gostaria que continuemos a vacinar pq sem vacinação vamos dar sorte a azar e o risco de aftosa será muito grande

  4. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Onde falei gado de elite deveria ter incluído também vacas leiteiras de alta produção, que em caso de rifle sanitário serão — algum dia — indenizadas pelo seu peso no gancho.

  5. Fernando Costabeber disse:

    Quem conhece o Uruguai, sabe que os controles sanitários naquele pais são muito mais rígidos que os nossos e tem imensa credibilidade internacional.
    Sua estratégia, no entanto, é continuar vacinando, pois sabe que barreiras humanas não conseguem impedir circulação viral.
    O Uruguai conseguiu um status diferenciado. Não é livre de aftosa COM vacinação.
    É livre de aftosa E vacina. Esta pequena diferença está permitindo que exporte para os países aos quais nossa carne não tem acesso.
    Sem o risco de um desastroso foco de aftosa.