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PR: projeto utiliza dejetos de animais para gerar energia

O Condomínio de Energias Renováveis da Agricultura Familiar na Bacia do Rio Ajuricaba é uma iniciativa custeada pela hidrelétrica de Itaipu com o objetivo de incentivar outras fontes de energia. A experiência, que é pioneira no País, prevê a produção de biogás a partir dos dejetos dos animais, o que até recentemente causava sérios problemas de contaminação na bacia hidrográfica do município.

A implantação de um projeto alternativo de energia está se tornando atração turística em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná. O Condomínio de Energias Renováveis da Agricultura Familiar na Bacia do Rio Ajuricaba é uma iniciativa custeada pela hidrelétrica de Itaipu com o objetivo de incentivar outras fontes de energia. A experiência, que é pioneira no País, prevê a produção de biogás a partir dos dejetos dos animais, o que até recentemente causava sérios problemas de contaminação na bacia hidrográfica do município.

O projeto já recebeu a visita de representantes de órgãos governamentais de vários estados brasileiros e de outros países, e é apresentado em eventos internacionais sobre meio ambiente. No mês de maio, algumas equipes de TV da Europa estarão no local para conhecer a experiência.

O que desperta tanta curiosidade não é o volume de energia a ser gerado e sim o modelo do projeto. O condomínio reúne 41 produtores e vai produzir energia a partir dos dejetos de aves, suínos e bovinos criados nas propriedades rurais na bacia do Rio Ajuricaba.

O projeto foi apresentado aos agricultores há cerca de dois anos e em novembro do ano passado foi realizado o primeiro teste no condomínio, comprovando sua viabilidade técnica.

Cada propriedade tem um biodigestor primário ligado a uma microcentral termelétrica por meio de um gasoduto. Quando estiver concluído, o condomínio terá potência de 80 quilowatss de energia, o suficiente para abastecer cerca de 170 domicílios ou uma localidade com aproximadamente 700 habitantes. A energia elétrica resultante do processo deverá ser vendida para a Copel, mas o acordo neste sentido ainda precisa ser formalizado.

O projeto está sendo desenvolvido por etapas. Até agora, já foi implantado em 10 propriedades, está em fase de implantação em mais 18 e nas outras 13 propriedades restantes deve entrar em funcionamento até o final do ano.

Para o coordenador do projeto na Prefeitura de Marechal Cândido Rondon, Pedro Hoppen, além do aspecto ambiental, o maior ganho econômico para o agricultor será o aproveitamento das sobras dos dejetos, que após a transformação em biogás, ainda podem ser usados como adubo nas próprias lavouras. ´´Aqui será um laboratório a céu aberto´´, define Hoppen, falando sobre a possibilidade do desenvolvimento de novas experiências energéticas no local.

O produtor rural Mário Bronstrup é um dos participantes do condomínio. Ele tem uma propriedade com 48 hectares, onde cria cerca de 50 cabeças de gado, entre outros animais. ´´Para nós é importante participar do projeto porque, além da contribuição em termos ecológicos, ainda é uma alternativa como fonte de renda´´, afirma. Ele não sabe ao certo em quanto sua renda será aumentada com a nova experiência.

O Condomínio de Energias Renováveis na Bacia do Rio Ajuricaba é uma parceria entre a Hidrelétrica de Itaipu e o município de Marechal Cândido Rondon. A prefeitura comprou o terreno onde fica a microcentral e cedeu as máquinas para as obras no condomínio; e a Itaipu investiu R$ 2,8 milhões para a compra dos equipamentos necessários aos produtores rurais. O condomínio ainda terá um grande auditório e até um heliporto, já prevendo a visita de pessoas ilustres.

A matéria é de Eli Araujo, publicada na Folha de Londrina, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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