Vinte e cinco pecuaristas da região noroeste do Paraná estão expandindo seus negócios com a venda de animais precoces, entre 20 e 24 meses. O Grupo QI Carnes já fornece o produto no mercado regional há quase dois anos. A partir de agora, uma parceria com o Clube do Produtor, projeto com participação da Emater e Grupo Sonae lançado esta semana em Curitiba, vai possibilitar a colocação da carne nos supermercados Mercadorama e hipermercados Big do Paraná.
Pelo contrato, os produtores terão, além de garantia de compra, uma rentabilidade de até 10% a mais do valor da arroba do boi no mercado. Para novilhas o percentual líquido deverá ser de 10% e, no caso dos bois, entre 5% e 6%.
A carne do Grupo QI, de acordo com o agrônomo Cleto Lanziani Janeiro, um dos responsáveis pela organização dos produtores, é um produto diferenciado, com certificação de origem, mínimo de três milímetros de gordura, garantia de qualidade e ofertada de acordo com os requisitos básicos da chamada segurança alimentar. ”Foi isso que possibilitou a parceria com a rede de supermercados”.
Para Lanziani, a parceria possibilita agregar maior valor ao produto e a expansão do grupo, que hoje tem estrutura para produção de sete mil animais/ano e poderá aumentar o fornecimento de carnes nobres em cortes a partir de uma maior demanda.
O Grupo QI começou a funcionar há três anos. Lanziani explica que primeiro foi feito um treinamento técnico dos pecuaristas nas áreas de gerenciamento, técnico, comportamental, capacitação de mão-de-obra, entre outros itens. Há um ano e meio foi iniciado o fornecimento da carne com selo para um supermercado de Paranavaí e no final de 2003 o grupo passou a fornecer, experimentalmente, a carne em bandejas para as lojas do grupo Sonae. Com o lançamento oficial do Clube do Produtor, a carne do Grupo QI passará a integrar as prateleiras de várias lojas da rede Sonae.
”O frigorífico é um prestador de serviço”, explica Lanziani. Depois do abate, o couro fica com os produtores e acaba custeando a despesa de transporte, taxa de abate, entre outros gastos, já que o produto é vendido num percentual acima do valor da arroba do boi.
Segundo o agrônomo, a parceria deve possibilitar mais uma garantia de entrega e boa colocação do produto no mercado. ”O mercado de carnes sempre trabalhou com muita informalidade e sem garantia de compra e pagamento. O fato de existir essa garantia de consumo por parte do Clube do Produtor pode trazer mais segurança aos pecuaristas”.
De início serão fornecidos de 50 a 60 animais por mês. O aumento, considera o agrônomo, vai depender do mercado. Ele avisa que além de fornecer a carne ao Clube do Produtor o Grupo QI também está aberto para abastecer outros compradores.
Fonte: Folha de Londrina/PR (por Cláudia Barberato), adaptado por Equipe BeefPoint