Pratini afirma que as regras da UE são inviáveis

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) classificou a decisão da União Européia de barrar as importações de carne bovina do Brasil de protecionista, argumentando que as novas regras do bloco europeu inviabilizam a definição das propriedades nacionais aptas a exportar, na medida em que reduzem muito o número de fazendas habilitadas.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) classificou a decisão da União Européia de barrar as importações de carne bovina do Brasil de protecionista, argumentando que as novas regras do bloco europeu inviabilizam a definição das propriedades nacionais aptas a exportar, na medida em que reduzem muito o número de fazendas habilitadas.

“Paciência, o que nós vamos fazer? Não quer comprar, não compra. Eles (europeus) fizeram essa proposta como quem diz assim: vamos fazer uma proposta inviável e aí bloqueamos”´, afirmou à Reuters o presidente da Abiec, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, por telefone.

“É uma medida puramente protecionista, não tem nada a ver com sanidade, nem com coisa nenhuma”, acrescentou ele.

A UE importou no ano passado 543 mil toneladas de carne do Brasil, ou 21% do total exportado pelo país. Além disso, os europeus, por pagarem mais pelo produto nacional, responderam pela maior parcela de divisas obtidas pelo setor no ano passado, US$ 1,4 bilhão, contra exportações totais de US$ 4,42 bilhões.

De acordo com Pratini, os europeus “não podem ficar impondo (aquelas regras) a um país que tem 5 milhões de propriedades agrícolas, das quais pelo menos 3 milhões com pelo menos uma vaca para fornecer leite, e mais de 100 mil propriedades com grandes produtores de gado”. “Como administrar 300 propriedades?”, questionou Pratini, sobre a limitação imposta pelos europeus previamente.

O presidente da Abiec afirmou ainda que as novas regras, na verdade, visam beneficiar produtores de carne europeus como os irlandeses, que segundo ele estão sendo afetados pela competitividade brasileira. Os produtores irlandeses argumentam que o Brasil vende carne mais barata porque não segue os mesmos padrões exigidos na Europa.

“(Essa medida) é para aumentar o preço da carne para os irlandeses”, completou Pratini, ex-ministro da Agricultura, lembrando que a redução das exportações brasileiras deverá reduzir a oferta de carne no mercado europeu.

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