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Pratini de Moraes destaca crescimento do agronegócio

Este ano, a agropecuária vai superar os níveis da construção civil na geração de empregos com carteira assinada, chegando a um milhão e duzentos mil postos de trabalhos. A afirmação é do ministro da Agricultura, Pecuária a Abastecimento, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, ao abrir sexta-feira (30), oficialmente, em Esteio, no Rio Grande do Sul, a Expointer 2002. Em seu discurso, o ministro destacou o crescimento do agronegócio brasileiro. “A expectativa para 2002 é de aumento de 8% do PIB da agricultura e de 5% do PIB do agronegócio. Esta variação não é encontrada em nenhum outro setor”.

Pratini de Moraes enfatizou os esforços do governo, agricultores, pecuaristas e indústrias para aumentar a produtividade no campo e obter ganhos de eficiência com o objetivo de conquistar novos mercados. Segundo ele, o reconhecimento internacional do trabalho de sanidade animal desenvolvido no País está abrindo mercados para as carnes brasileiras. “Em 2001 exportamos um bilhão de dólares a mais de carnes em relação ao ano anterior. Em três ou quatro anos seremos o maior exportador mundial”, disse.

Ele acrescentou que a mudança da política do governo em relação à febre aftosa, perseguindo a erradicação da doença ao invés do controle, tem sido fundamental para assegurar o acesso aos mercados externos. “Há um ano não há notificação de ocorrência de febre aftosa no Brasil, do Chuí a Roraima”, afirmou.

Estratégia

Mas, à medida que o Brasil se apresenta ao mercado internacional como fornecedor de alimentos, tem de se preparar também para enfrentar os concorrentes, disse o ministro. Como primeira estratégia, mandou organizar um dicionário de termos agropecuários em inglês para treinar grupos de negociadores brasileiros, constituídos de advogados, agrônomos, veterinários etc. “Não basta saber falar em inglês. É preciso entender, e muito bem, o que está sendo dito”.

Pratini também explicou que a qualidade dos produtos brasileiros tem de ser garantida por sistemas de confiabilidade internacional. Por isso, o Ministério da Agricultura quer contratar 2,3 mil profissionais (veterinários, zootecnistas, agrônomos e biólogos) para trabalharem nos sistemas de vigilância fitossanitária. Outra medida oficial foi a convocação de diretores de faculdades voltadas para profissões do campo. “Vamos retomar as matérias que tratam de sanidade de animais e plantas. O ensino, nessa área, tinha sumido do currículo de muitas escolas”.

Safra

Pratini lembrou que a produção brasileira de grãos na safra 2000/2001 bateu o recorde nacional, superando a marca de 100 milhões e 300 mil toneladas. “Um marco histórico alcançado com pouco aumento da área plantada, mas surpreendente aumento de produtividade”. Comparando com a safra de dez anos antes, o crescimento da produtividade observado é da ordem de 74%.

O ministro disse também que a liderança do Brasil na produção de cana-de-açúcar, laranja e café, e a vice-liderança em soja, carne bovina e de aves e milho é reflexo do aumento da tecnologia no campo, conquistado com pesquisa e, principalmente, com o sucesso do Programa de Modernização da Frota de Tratores, Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota). “Desde o lançamento, em março de 2000, até maio deste ano, o programa já recebeu R$ 3 bilhões e 750 milhões de recursos oficiais e a partir de julho mais R$ 1 bilhão foi disponibilizado”.

Ele reafirmou que durante os oitos anos desde a criação do Real, o item “alimentação” foi o que menos contribuiu com a inflação. Enquanto itens como habitação, energia elétrica e comunicação tiveram altas médias de preços de até 505% e o índice de preços ao consumidor cresceu 109%, a alimentação teve aumento médio de 61%. “Combate à inflação, alimento sadio e de qualidade, emprego, renda e exportação. Esta é mais uma dívida que o Brasil tem com o campo”, finalizou.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e O Estado de São Paulo (por José Carlos Cafundó), adaptado por Equipe BeefPoint

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