Pratini defende abertura de mercados comerciais

Segundo o ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, os atentados terroristas que atingiram os Estados Unidos na terça-feira poderão até mesmo ajudar no avanço das negociações para a abertura dos mercados internacionais.

Quando questionado sobre a perspectiva de que ocorra uma retração na economia mundial no futuro próximo, o ministro disse que não concorda com estas análises pessimistas. “Não se resolve problemas macroeconômicos com fechamento de mercados. Num momento de dificuldades, que se usem os instrumentos de abertura comercial para reduzir as desigualdades.”

Pratini afirmou que a dificuldade no acesso aos mercados mais ricos afeta diretamente as nações em desenvolvimento, dependentes da venda de produtos primários. “O mundo desenvolvido precisa olhar com outros olhos a situação dos países pobres”. O ministro acredita também que haverá uma mudança no fluxo internacional de recursos.

Dentro dessa expectativa, Pratini aposta que, nos próximos anos, o Brasil – com situação política e econômica estável e democracia consolidada – poderá se transformar em uma região prioritária no recebimento de investimentos estrangeiros.

Pratini admite que os setores da indústria e de serviços sentirão impactos econômicos a curto prazo – inclusive afetando as contas externas do Brasil. No entanto, ele afirma que a agricultura brasileira têm à frente boas perspectivas, acreditando que as negociações entre União Européia e Mercosul deverão avançar.

Até o final de outubro, o bloco econômico sul-americano deverá apresentar ao grupo europeu contraproposta de abertura de mercados. Ontem, Pratini recebeu oficialmente as propostas de negociação do setor agropecuário elaboradas por grupo comandado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

“Se estamos falando de liberdade de comércio, zeraremos todas as tarifas que os europeus estiverem dispostos a zerar.” O ministro está disposto a discutir a derrubada de tarifas fixas, cotas tarifárias e tarifas mistas com os europeus. Entretanto, segundo ele, subsídios à produção agrícola é tema a ser tratado na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Fonte: Gazeta Mercantil (por Ayr Aliski), adaptado por Equipe BeefPoint