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Pratini: levará tempo até que mercado se normalize

A queda no volume de bois abatidos no Brasil em 2008 foi mais acentuada do que a esperada pelo setor. Foram aproximadamente 21,8 milhões de animais, ante os 25,09 milhões do ano de 2007. O número, que representa os abates com inspeção federal, significa retração de 13%. O ex-ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, avalia que levará um tempo para que o mercado volte à normalidade, principalmente porque falta crédito para financiar exportações e importações.

A queda no volume de bois abatidos no Brasil em 2008 foi mais acentuada do que a esperada pelo setor. Foram aproximadamente 21,8 milhões de animais, ante os 25,09 milhões do ano de 2007. O número, que representa os abates com inspeção federal, significa retração de 13%, quando o setor acreditava que a queda no ano ficaria entre 5% e 8%.

O nível de atividade dos frigoríficos do País é o menor desde 2004, quando 20,3 milhões bovinos foram abatidos, segundo dados do Ministério da Agricultura. As notícias de retração também se estendem às vendas externas. As exportações de janeiro (até o dia 18) do complexo carnes mostram volumes 21% menores do que em janeiro de 2008 e 4,4% inferiores ao já retraído mês de dezembro.

O ex-ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, atualmente consultor do maior processador de carne bovina do mundo, o JBS-Friboi, avalia que levará um tempo para que o mercado volte à normalidade, principalmente porque falta crédito para financiar exportações e importações. A redução do nível de atividade dos países desenvolvidos também continuará influenciando esse ritmo nos embarques da proteína.

Ele afirma que por conta dessas exportações menores – que vêm desde o início do ano passado com as maiores exigências da União Européia – o Brasil deixou de abater 5 milhões de cabeças em 2008. A situação, agravada pela retração econômica na Rússia, principal comprador da carne brasileira, vai manter as exportações em queda por mais tempo. “Janeiro terá menos embarques que dezembro”, avalia.

Sobre que impactos esse cenário negativo traria para o JBS-Friboi, Pratini afirmou que o Brasil representa apenas de 13% a 14% dos negócios do grupo e que a medida aqui foi a de ajustar o nível de abate em 30% desde julho. Segundo ele não se estuda fechamento de unidades no Brasil por causa das exportações em queda. Pratini garantiu que não houve retração em abates nos Estados Unidos, que representam mais de 50% da atividade da companhia. “Diferentemente do Brasil, que tem como compradores principais a União Européia e a Rússia, os Estados Unidos têm acesso a outros mercados”, afirmou Pratini.

A matéria é de Fabiana Batista, publicada na Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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