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Pratini refuta declarações de Stephanes

O presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Marcus Pratini de Morais, reagiu às declarações do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, de que frigoríficos brasileiros estariam exportando carne não-rastreada para o mercado europeu. O presidente da Abiec reiterou que o governo precisa ter uma posição mais agressiva em relação ao embargo da UE. "É preciso dar o troco à Europa, que tem sido arrogante e tenta desqualificar a carne brasileira", afirmou.

O presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Marcus Pratini de Morais, reagiu às declarações do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, de que frigoríficos brasileiros estariam exportando carne não-rastreada para o mercado europeu.

“Toda carne exportada é rastreada, e a Abiec responde por 85% a 90% desses negócios. Se há frigoríficos que vendem carne não-rastreada não é um problema nosso. Ao falar isso, o ministro coloca o dedo no problema porque o trabalho do Ministério da Agricultura é fiscalizar e inspecionar”, refutou, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.

“O governo deu um tiro no pé ao dar uma declaração como essa. O próprio Ministério da Agricultura está se dobrando ao embargo europeu”, disse. “Mas convém chamar o governo aos seus próprios serviços. Acho bom que o ministro reconheça as deficiências do processo de rastreabilidade, mas cabe ao governo também cuidar das questões diplomáticas”, emendou em notícia de Andrea Vialli e Ana Conceição do O Estado de S.Paulo.

Pratini de Moraes também rebateu a declaração de Stephanes de que cabe aos frigoríficos liderarem o processo de rastreamento.”As exigências só tendem a aumentar e os produtores devem estar atentos a essa questão”, defendeu, dizendo que cabe ao governo criar condições para isso.

Segundo ele, muitos pecuaristas ainda não estão preparados para essas novas demandas. “O grande problema é que só exportamos 20% da carne, o restante fica no mercado interno, que não possui essas exigências”, comentou.

Ao participar do Showtec, em Maracaju (MS), ontem de manhã, o presidente da Abiec reiterou que o governo precisa ter uma posição mais agressiva em relação ao embargo da UE. “É preciso dar o troco à Europa, que tem sido arrogante e tenta desqualificar a carne brasileira”, afirmou.

0 Comments

  1. Aluisio Villela Diniz Junqueira disse:

    Esse é o nosso Governo?

  2. Ernesto Coser Netto disse:

    É, realmente nosso ministro pisou na bola, não é inteligente gente nossa jogar no ventilador nossas deficiências.

    Deficiências sim, pois sabemos que os frigoríficos fazem várias manobras para transformar boi não rastreado em rastreado.

    Mas, será que ninguém percebe que a ABIEC e seus frigoríficos exportadores, são os maiores interessados em derrubar o projeto de rastreabilidade do país.

    Pelo que eu entendo, rastreabilidade é um processo de certificação de qualidade, e que realemnte não é para todos.

    Como nosso ex-ministro disse, tem muito produtor que não conseguirá se adequar as exigências do novo SISBOV. Portanto este está fora do SISBOV.

    E é bom que seja asssim, pois se ficar fácil de ser feito, todo mundo faz e não será remunerado polo trabalho feito. Bom para o frigorifico que não será obrigado a pagar a mais pela mercadoria abundante(boi rastreado).

    Mas se o projeto de rastreabilidade se firmar, serão realmente poucos produtores que vão conseguir se enquadrar, e terão muito mais chances de receber um valor a mais pelo seu produto. Bom para o produtor organizado e capacitado a se adequar a normas.

    É lei de oferta e procura, não se pode esperar que o frigorífico trabalhe com espírito de cadeia, portanto temos que limitar o acesso dele ao produto que ele vende muito mais caro e não repassa nada ao produtor.

  3. FABIO COSTA BIANCALANA disse:

    Acho muito engraçado o Sr Pratini, pois foi ele que se curvou primeiro em relação a rastreabilidade, nem se quer consultou a classe produtora. E o mais engraçado é como coloca – as fazendas exportadoras -, eu nao conheço nenhuma fazenda exportadora, conheço sim frigorificos exportadores. Até agora os produtores entraram com os custos, aliás no escuro, pois não se sabe no que vai dar.

    É revoltante a forma como os tecnocratas tratam os produtores, é só jogo de interesses, nem quem é para defender os produtores não defende.

    Acho que cada um tem que fazer a sua parte, mas que não recaia tudo na parte mais fraca, pois os custos estão cada vez mais elevados e a remuneração do setor hoje não compete nem com a poupança.

  4. Daniela da Cunha Brito disse:

    Líderes perdidos = país perdido.