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Preço da arroba do boi está contido pelo clima e baixo consumo de carne

Depois de uma semana quebrada pelo feriado de Corpus Christi, que travou os negócios, a atual começou cercada pela expectativa de como seria o comportamento do mercado do boi gordo. Segundo o analista da Scot Consultoria, de Bebedouro (SP), Fabiano Ribeiro Tito Rosa, praticamente não houve negócios na quarta e a na sexta-feira passadas, especialmente em São Paulo e Mato Grosso do Sul. Com isso, os frigoríficos começaram este período necessitando ir às compras, fator que ajudou a aquecer um pouco o mercado.

E realmente os preços reagiram em São Paulo, mas o impacto foi reduzido pois, de acordo com o analista, o atacado não tem como suportar altas acentuadas de preço com o consumo em baixa. Ou seja, sem melhora no preço da carne, dificilmente as indústrias pagarão mais pela arroba.

De acordo com Rosa, no fechamento de maio, a arroba do boi gordo, na média, ficou em R$ 43,50 e R$ 43,00 nas praças paulistas de Barretos e Araçatuba, respectivamente, passando a R$ 44,00 na primeira praça, na terça-feira. No Paraná os negócios começaram a semana em R$ 43,00, mas já na terça os frigoríficos reduziram suas indicações de compra para R$ 42,00 pelos motivos já mencionados.

O analista diz que apesar de o cenário não ser favorável a um aumento expressivo do valor da carne, há pecuaristas que estão segurando o boi porque acreditam que ainda pode haver uma reação no mercado. Isto é possível porque, em algumas regiões, as pastagens ainda têm massa verde para alimentar os animais.

Como algumas áreas foram beneficiadas por uma boa chuva há dez dias, o pecuarista de Primavera do Leste, no Sudeste de Mato Grosso, Mauro Morofuse, diz que a tendência de alguns é aguardar um pouco mais para vender os bois. De acordo com ele, os preços devem melhorar se o mercado repetir o ano passado, quando, em agosto, a arroba chegou a R$ 45,00 em sua região. “O preço tem de reagir um pouco”, espera.

Já o pecuarista em Cascavel, no Paraná, e em Eldorado, no Mato Grosso do Sul, Valdir Lazarini, também reclama do baixo preço pago pela arroba do boi, mas acha que o produtor não tem opção a não ser se desfazer dos animais gordos, devido à piora do pasto por causa do clima.

Pecuarista evita retenção

Apesar de em algumas áreas do Paraná as recentes chuvas terem melhorado a condição dos pastos, a prática de reter os bois não está muito difundida. “São poucos os que insistem em segurar animais prontos para o abate”, esclarece Valdir Lazarini. De acordo com ele, os R$ 42,00 ofertados pela arroba do boi são suficientes para cobrir os custos de produção. O ideal seria preço de R$ 45,00, patamar nada “extraordinário, mas necessário para dar uma folga ao pecuarista”.

Lazarini diz ainda que, além da redução do consumo da carne, o fraco desempenho dos mercados do frango e do suíno, que forçam para baixo o valor do boi, também contribui para impedir uma melhora da situação. “No final da história, os penalizados são sempre os produtores, porque tanto avicultores quanto suinocultores também estão vendendo abaixo do que precisam para continuar investindo na atividade. Com um risco para todos: a descapitalização do setor pode representar uma retração nesta cadeia”, alerta.

Fonte: Gazeta do Povo/PR, adaptado por Equipe BeefPoint

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