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Preço da carne cai em maio, mas ainda acumula alta atípica no ano | CEPEA

As cotações da carne bovina negociada no atacado da Grande São Paulo têm recuado em maio, por conta da demanda mais enfraquecida. Apesar das recentes quedas, na parcial do ano, o produto acumula valorização, o que não costuma ocorrer nesse período. Em maio/14 (até o dia 27), a carcaça casada de boi registra média de R$ 7,77/kg, leve aumento de 0,3% frente à de dezembro/13. Esta foi a segunda variação positiva registrada no período, em 10 anos. De dezembro/07 a maio/08, o produto também acumulou aumento no preço, de 0,4%.
Segundo pesquisadores do Cepea, a firmeza nos valores da carne bovina é resultado do comportamento atípico verificado na produção pecuária brasileira desde o fim do ano passado. O clima quente e seco prejudicou o desenvolvimento das pastagens e a engorda dos animais, limitando o volume ofertado e sustentando as cotações no início de 2014 – período sazonalmente considerado de “safra”.

Ao mesmo tempo, as exportações brasileiras de carne bovina estão crescentes neste ano, restringindo ainda mais a quantidade do produto disponível no mercado doméstico.

Na parcial do mês (até o dia 27), a carcaça casada acumula desvalorização de 2,7%, com o quilo do produto cotado a R$ 7,53 nessa terça-feira, no mercado atacadista da Grande São Paulo. Para os cortes traseiro e dianteiro, as desvalorizações são de 3% e 1%, respectivamente, no mesmo período, com as médias passando para R$ 9,05/kg e R$ 6,23/kg. O preço médio da carcaça casada de vaca, por sua vez, cedeu 1,7%, a R$ 7,11/kg na terça.

Entre as carnes concorrentes, porém, a bovina é a que menos vem se desvalorizando no correr de maio. Até o dia 27, o preço do frango inteiro resfriado registra queda de 4,6%, passando para R$ 3,11/kg nessa terça-feira.
Quanto à carcaça comum suína, a baixa na cotação é de 3,3% no acumulado deste mês, com o quilo do produto a R$ 5,01 na terça.

Assim como para a bovina, a queda da demanda também tem sido o principal fator a pressionar as cotações das demais carnes. A expectativa é que, com a Copa do Mundo, as vendas aumentem, podendo interromper as quedas de preços. Para muitos agentes, porém, essa maior movimentação já era para estar ocorrendo no atacado, o que está gerando cautela entre operadores.

No mercado de boi gordo, as cotações seguem refletindo principalmente a pressão da indústria. Frigoríficos continuam alegando fracas vendas do produto no atacado e, por isso, tentam efetivar novos negócios a valores abaixo dos mínimos vigentes no início do mês. Nessa terça-feira, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) fechou a R$ 120,32, baixa de 1% sobre a terça anterior e de 3% ao longo de maio.

A necessidade de venda de parte dos pecuaristas e a entrada de animais inteiros de pasto reforçam a pressão sobre as cotações. Por outro lado, a negociação de animais que atendem a alguns requisitos do comprador, como peso e volume de lotes maiores, tem limitado as baixas dos valores médios diários da arroba. De modo geral, o ritmo de efetivações é lento, em função da retração de compradores e vendedores.

Quanto ao bezerro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) fechou a R$ 1.027,68 nessa terça-feira, queda de 2,2% em sete dias e de 2% no mês (até o dia 27). A média do bezerro São Paulo (à vista) caiu 0,6% entre 20 e 27 de maio, mas acumula alta de 3,1% em maio, fechando a R$ 1.056,93 na terça.

Fonte: CEPEA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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