Síntese Agropecuária BM&F – 31/01/04
31 de janeiro de 2004
Brasil ameaça Rússia na OMC
3 de fevereiro de 2004

Preço do bezerro caiu 5% em 2003

O setor de carnes ficou difícil para o produtor de bezerros que teve os valores reduzidos, em média, em 5% durante 2003. A cria perdeu espaço para outros tipos de exploração. Muitos pecuaristas partiram para o ciclo completo (cria, recria e engorda) na euforia da exportação, outros para o sistema de recria e engorda, mas o maior deslocamento na atividade foi para a agricultura.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o abate de fêmeas aumentou em mais de 50% em função da queda nos preços dos bezerros. Com preços abaixo do esperado o pecuarista deu sua resposta: preferiu vender as fêmeas do que esperar os bezerros. ”O fato aumentou muito a oferta desta categoria animal e em muitas praças os preços despencaram, o que afetou uma possível reação na arroba do boi gordo,” justificou o analista da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa.

Para este ano os analistas prevêem uma estabilidade maior para a cria, até porque a oferta será menor. A reação, no entanto, deverá depender do mercado, que neste período ainda funciona devagar. O interesse maior acontece nos meses de março/abril quando é feita a desmama dos bezerros.

Enquanto isso, no mercado interno acontecem pequenos recuos no valor da arroba, reflexo do que já foi o mercado em dezembro de 2003.

Em São Paulo, segundo dados da Scot, o mercado operou com R$ 61 a R$ 62 em dezembro, depois ficou difícil comprar no período de festas de fim de ano. Na primeira semana de janeiro poucos negócios realizados e a notícia da “vaca louca” nos Estados Unidos fizeram com que muita gente preferisse reter o boi. ”A estratégia não funcionou porque o mercado ganhou grande oferta de fêmeas, parte desses animais foi descartada porque não emprenhou na estação de monta do final do ano”, explicou.

Com todos esses fatores o valor da arroba recuou um pouco mais: R$ 59/60 em São Paulo, com negócios a R$ 59,50, e R$ 59/61 no Paraná. Com a chegada do fim do mês a expectativa é de uma pequena reação nos negócios e nos preços, mas o mês mais esperado é março, quando tudo volta a funcionar normalmente no País e será possível analisar o comportamento do mercado.

Fonte: Folha de Londrina/PR, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.