Nesta segunda-feira (14/7), como é comum para o início da semana, parte das indústrias frigoríficas optou por se manter fora das compras, aguardando uma definição do mercado. Segundo a Scot Consultoria, essa postura cautelosa se acentuou diante das incertezas provocadas pelo anúncio do tarifaço por parte dos Estados Unidos.
Nas praças de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), referências para o mercado pecuário, o preço do boi gordo caiu R$ 3, para R$ 305 a arroba no pagamento a prazo. O “boi China” sofreu queda de R$ 4, para R$ 310 a arroba, enquanto as cotações da vaca e da novilha não mudaram. As escalas de abate estiveram, em média, para 10 dias.
Das 32 regiões pecuárias monitoradas pela Scot, 23 apresentaram estabilidade nas cotações. Em nove praças, houve quedas de preços: além de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), também houve recuos no Triângulo Mineiro, Goiânia (GO), sul de Goiás, Dourados (MS), oeste da Bahia, sudeste de Rondônia e Espírito Santo.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destaca que o mercado está conjecturando se a taxação de 50% dos EUA vai de fato ser implementada e, se o for, qual será o tamanho do seu impacto. Os frigoríficos que estavam ativos nesta segunda-feira reduziram as ofertas de compra e aqueles fora do mercado especularam valores abaixo dos registrados na semana anterior.
Segundo o Cepea, o sentimento é de muita cautela no mercado pecuário. “Em algumas regiões, está difícil captar até mesmo preço para oferta de compra; muitos ainda não definiram a tabela para esse início de semana. Em alguns casos, vimos oferta de compra a R$ 5 a menos por arroba, mas com poucos negócios fechados”, destaca o Centro de Estudos
Também nesta segunda-feira saíram os resultados das exportações até o final da semana passada. Por enquanto, segundo o Cepea, não se nota impacto. O volume médio embarcado por dia teve ligeira diminuição frente à primeira semana de julho, mas continua 12,2% acima de julho do ano passado. A média diária está em 11.577 toneladas.
“Em um mês ‘normal’, isso poderia representar cerca de 266 mil toneladas de carne in natura no mês, próximo ao recorde na casa de 270 mil toneladas (in natura) atingidos em outubro de 2024. Mas, com a turbulência atual, o resultado pode ficar aquém”, afirma o Cepea. O preço segue na casa de US$ 5.500 por tonelada, o que representa 25,6% a mais que há um ano – em reais, o aumento é de 23,8%. A receita diária gerada pela carne bovina in natura, em dólar, é 41% maior na mesma comparação.
Fonte Globo Rural.