O preço do boi gordo terminou a quarta-feira (30/7) com estabilidade na maior parte das regiões de produção pecuária do país. Na avaliação da Scot Consultoria, a oferta de boiadas diminuiu e a ponta vendedora está mais retraída, porém as escalas de abate estão confortáveis e a oferta ainda não está escassa – o que manteve o mercado equilibrado.
Em paralelo, o setor acompanha os impactos vindos da nova tarifa dos EUA contra produtos do Brasil, de 50%, que leva a taxa para embarque de carne bovina a 76,4% e inviabiliza os negócios com os americanos.
Em São Paulo, o boi gordo permaneceu cotado em R$292 por arroba, a vaca em R$270 por arroba e a novilha em R$278 por arroba, conforme dados da Scot. As programações de abate atendem, em média, a 8 dias nos frigoríficos paulistas.
O “boi China”, animal com características específicas para embarque de carne ao mercado chinês, está cotado em R$298 por arroba, com ágio de R$6 em relação ao gado convencional.
Das 32 praças pecuárias avaliadas pela Scot, houve variação em somente quatro regiões, com alta nos valores da arroba. Os avanços foram registrados no sul da Bahia, Mato Grosso do Sul e em duas áreas de Minas Gerais.
Sobre a nova tarifa dos EUA, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) ressaltou que mesmo antes da confirmação, o setor de carnes já trabalhava com esse aumento da taxação, e “a estimativa é de que as exportações brasileiras de carne bovina tenham pouco impacto – com forte potencial para reduções dos americanos serem compensadas por outros mercados”, afirmou em nota.
Para o Cepea, não são raras as ocorrências que impactam o patamar de preços para além do ajuste previsível entre oferta e demanda, e isso evidencia a importância de cada agente de cuidar o máximo possível dos seus custos e da gestão do risco de preço, que, por fim, é dado pelo mercado.
Apesar da visão do Cepea sobre pouco impacto nas exportações, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) estimou que a ausência de vendas de carne bovina do Brasil aos Estados Unidos no decorrer do segundo semestre pode trazer um impacto negativo de US$ 1 bilhão ao mercado brasileiro.
O montante corresponde a cerca de 200 mil toneladas que deixarão de ser enviadas aos americanos quando entrarem em vigor as novas tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump. Antes das sobretaxas, a expectativa da associação era fechar 2025 com cerca de 400 mil toneladas exportadas aos EUA.
Fonte: Globo Rural.